Açoriano Oriental
Conselho de Redação diz que proposta de concessão prejudica os portugueses
O Conselho de Redação da RTP está contra a proposta de concessão da televisão pública, que considera
Conselho de Redação diz que proposta de concessão prejudica os portugueses

Autor: Lusa/AO online

Num comunicado enviado à Agência Lusa, o Conselho de Redação (CR) argumenta que a proposta “reduz a oferta informativa em canal aberto e o pluralismo”, marcas do serviço público de televisão e rádio consagrado na Constituição, e que fará “o país pagar mais por menos televisão”.

O consultor do Governo António Borges considerou na semana passada, em entrevista à TVI, que a possibilidade de concessionar a RTP1 a investidores privados era um cenário "muito atraente", assegurando contudo que nada estava ainda decidido sobre o futuro da empresa.

A RTP2 irá "muito provavelmente" fechar, independentemente do cenário a adotar para o futuro da empresa, em razão do seu avultado custo, para reduzidas audiências, prosseguiu o consultor do executivo, na entrevista à TVI.

O CR acusa António Borges de querer “dinamitar” o serviço público e “promover a instabilidade nas televisões comerciais, nas rádios privadas e na própria imprensa”, criando um novo canal comercial privado com verbas públicas.

“António Borges (…) propõe de facto mais um ‘player’ comercial que iria disputar a pouca publicidade existente, fruto da crise, canibalizando os preços, prejudicando em efeito de dominó a Imprensa e, por arrasto, a liberdade de expressão”, continua o comunicado.

O CR critica ainda António Borges por articular “a sua desastrosa proposta com grupos económicos que estão a promover notícias denegrindo o serviço público de televisão”, e lembra o “rigor e bons resultados” da gestão das administrações da RTP nos últimos dez anos.

Salienta também que “a RTP tem vindo a honrar os seus compromissos financeiros” e lembram a António Borges que o serviço público de rádio e televisão “é essencial em todos os países da União Europeia” e tem sido expandido nalguns países, caso da BBC e France Television.

O CR apela, por isso, à participação dos jornalistas no plenário agendado para quarta-feira e defende a manutenção de um serviço público “livre das pressões comerciais, feito por empresa de capitais cem por cento públicos, com um controle eficaz de custos e eliminação de toda e qualquer despesa injustificada”.

Na segunda-feira, o Conselho de Administração da RTP também manifestou a sua discordância perante o cenário de uma concessão da empresa a um privado, posição que o CR elogia e considera “corajosa e clara”.

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