Açoriano Oriental
Conselho de Ilha de São Miguel adia eleição da nova direção
O Conselho de Ilha de São Miguel não conseguiu eleger hoje, nos Açores, nova direção, tendo a maioria dos seus membros votado, de braço no ar, um adiamento por 15 dias que visa alcançar uma lista consensual.
Conselho de Ilha de São Miguel adia eleição da nova direção

Autor: Lusa/AO Online

 

O presidente da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo, Ricardo Rodrigues, apresentou, na reunião realizada na Lagoa, uma candidatura à liderança do organismo, tendo proposto, presidente da Associação Agrícola de São Miguel, que a aceitasse integrar, o que foi recusado por Jorge Rita, tendo este avançado, posteriormente, com a sua própria candidatura.

O Conselho de Ilha é um organismo consultivo onde têm assento representantes das câmaras e assembleia municipais, deputados regionais e forças representativas da sociedade civil, dos empresários, associações ambientalistas, das pescas e agricultura, entre outras.

Perante a apresentação da candidatura de Jorge Rita, o autarca Ricardo Rodrigues pediu à mesa o adiamento da eleição, de forma a encontrar uma lista consensual, o que mereceu a aprovação, por braço no ar, de 15 dos conselheiros, tendo 13 votado contra e quatro manifestado a sua abstenção.

Jorge Rita, que acabou por retirar a sua candidatura, visando “despartidarizar” o organismo, na sua leitura, considerou que foi houve uma tentativa “evidente e estranha por parte do PS” que “merece uma reflexão para que as pessoas percebam, cada vez mais, como é que a vida dos nossos políticos está a sobrepor-se a toda a vida social”.

O atual vice-presidente do organismo declarou que a votação do adiamento da votação se fez “por razões estranhas” que se prendem, na sua opinião, com a falta de alguns membros do PS no Conselho de Ilha.

Jorge Rita defendeu que a votação não foi secreta por forma a “coagir os conselheiros”, afirmando que a sua lista era apoiada pelos elementos que representam as forças sociais da sociedade, não sendo gerada por nenhum partido.

Ricardo Rodrigues, que foi quem sugeriu o adiamento da votação para a liderança do Conselho de Ilha, afirmou ter havido uma “clivagem muito nítida” entre PS e PSD e acrescentou não ter receios de eleições.

“A minha opinião é que é possível encontrar uma lista consensual, é pelo menos este o esforço que eu vou fazer”, disse Ricardo Rodrigues, que vai voltar a convidar Jorge Rita para a sua lista.

O dirigente social-democrata Alexandre Gaudêncio subscreveu a posição do líder da Associação Agrícola dos Açores quando defendeu a despartidarização do Conselho de Ilha, acrescentando que o PS se “tenta agarrar a tudo e qualquer coisa através dos seus já extensos tentáculos”.

Manifestando-se apologista de uma lista consensual de que não façam parte figuras partidárias, o atual presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande considerou que se tentou “coagir alguns conselheiros presentes para adiar a votação”.

O dirigente socialista Francisco César, que assume também as funções de deputado no parlamento dos Açores, apelou à serenidade no Conselho de Ilha e a um “esforço para o consenso”, considerando que a atitude do PSD/Açores prende-se com o quadro eleitoral que se vive na região, onde haverá legislativas este ano.

Francisco César considerou que o “que se passou hoje foi algo normal em democracia”, mas salvaguardou que não pode ser apenas o PS a ceder, havendo uma “diferença entre regra e cedência”.

Atualmente, as funções de presidente do Conselho de Ilha de São Miguel são assumidas por Noé Rodrigues, que abandona a liderança do organismo alegando motivos pessoais.

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