Autor: Lusa/AO On line
Com as medidas adicionais ao Programa de Estabilidade e Crescimento acordadas na semana passada entre PS e PSD, os trabalhadores portugueses vão receber, no próximo ano, menos um salário, afirmam os comunistas.
“Isto é inaceitável quando não se taxam as grandes sociedades, os grandes grupos económicos, a banca, com uma tributação justa”, referiu Jerónimo de Sousa.
Para o PCP, as medidas não vão resolver os problemas do país, limitando-se a “carregar sobre quem menos tem e menos pode, quem vive do seu salário, da sua reforma ou pensão salarial”.
Na véspera da discussão da moção de censura ao Governo na Assembleia da República, a ação, com distribuição de documentos nos locais de trabalho, junto a terminais de transportes e nas ruas de diversos pontos do país, pretende alertar os portugueses contra “este caminho para o desastre, a acentuação das injustiças e o aumento da pobreza”, que, para o PCP, decorrem do pacote de medidas de austeridade.
“Dizemos bem, é um roubo nos salários”, afirmou Jerónimo de Sousa, questionando a justificação destes “sacrifícios”.
“Sacrifícios para quê? Para resolver os problemas nacionais? Não, é apenas para combater o défice, quando a questão central que se coloca a Portugal é a dívida externa, pública e privada, resultante da quebra do aparelho produtivo e da produção nacional”, defendeu o líder comunista.
A jornada nacional comunista culmina hoje à noite com um comício em Lisboa, na Voz do Operário, altura em que Jerónimo de Sousa deverá insistir no apelo à participação na manifestação convocada pela CGTP para o próximo dia 29.