Autor: LUSA/AOnline
"Costumamos participar no desfile do Dia da Cidade, onde promovemos as tradições portuguesas. Percorremos a cidade a cantar e a dançar, onde mostramos a nossa cultura", disse à agência Lusa Joe Veríssimo, de 51 anos.
Natural de São Miguel, Joe Veríssimo foi um dos fundadores do Clube Luso Português de Prince Rupert, em 1 de maio de 2005, para "juntar mais a comunidade" e "unir ainda mais os portugueses".
Desde então, a associação tem participado nas comemorações do dia da cidade, tendo conquistado vários galardões locais.
"São já dez anos seguidos, e já vencemos por duas vezes a parada com um carro alegórico. Percorremos a cidade a cantar e dançar, a mostrar todas as nossas tradições portuguesas a todos", sublinhou Joe Veríssimo, no Canadá há 42 anos.
Foi no início da década de 50 que os portugueses chegaram a Prince Rupert, uma pequena cidade portuária com 12 mil habitantes, localizada na ilha de Kaien, no noroeste da Colúmbia Britânica, apenas a 55 km do sul do Alasca (Estados Unidos).
"A comunidade portuguesa em Prince Rupert é reduzida, a localidade é muito pequena, com apenas 12 mil habitantes" mas "é raro o dia em que não vejo um português. Somos muito respeitados na cidade", enalteceu Joe Veríssimo.
Mais de metade da população é de origem índigena mas as comunidades italiana, chinesa e vietnamita têm uma forte expressão. Existem cerca de 160 portugueses e lusodescendentes em Prince Rupert.
Uma das dificuldades da comunidade portuguesa é o acesso ao "mercado da saudade", apesar de uma mercearia, propriedade de um empresário lusodescendente, comercializar esporadicamente produtos como o 'bacalhau, azeite e sardinhas".
O mercado mais próximo de Prince Rupert, com acesso a produtos portugueses, fica localizado em Vancouver, a mais de mil quilómetros de distancia, a 17 horas de automóvel ou a duas horas de avião.
A principal económica em Prince Rupert é a industria relacionada com o carregamento marítimo de cereais e carvão para exportação, visto o seu potencial enquanto cidade portuária, naquele que é considerado o porto natural mais profundo na América do Norte.