Açoriano Oriental
Competição entre agentes culturais é nefasta para setor, diz estudo
Portugal deve promover a colaboração entre os agentes ligados à cultura, porque "a competição a que se assiste frequentemente" entre agentes culturais é "nefasta" para o desenvolvimento do setor, diz um estudo hoje apresentado

Autor: Lusa/AO online

Inserido no Plano Cultura 2020, uma iniciativa do secretário de Estado da Cultura, o estudo foi hoje apresentado na Biblioteca Nacional, na presença de Jorge Barreto Xavier e tem como título “Fundos Estruturais e Cultura no período 2000-2020”.

Feito pelo Instituto de Geografia e Ordenamento do Território (Universidade de Lisboa) e coordenado pelos professores Isabel André e Mário Vale, o trabalho defende também o reforço da importância do ensino e da formação artística, formal ou informal.

“Isto significa não só a formação de artistas e agentes culturais qualificados, o que muito contribui para a afirmação do país e das suas regiões e cidades, mas também a constituição de novos públicos que garantam quer um maior usufruto das iniciativas por parte das populações, quer a procura necessária para o desenvolvimento das atividades culturais”, diz-se no estudo.

E nele defende-se também a importância de se combinarem produções, equipamentos e espaços culturais, por exemplo preservando o património através da criação artística ou de equipamentos culturais que aí estejam, capazes de “dar alma” a antigos espaços.

Tendo em conta um ciclo de políticas culturais até 2020 os autores do estudo defendem ainda que se promova um debate sobre as vantagens e inconvenientes da dispersão ou concentração de iniciativas culturais por programas e domínios, que se clarifique o significado de “cultural” e de “criativo”, ou que se repense os vários modos possíveis de governação do setor cultural.

Na parte das conclusões do documento diz-se que as políticas culturais mais recentes da União Europeia se centram especialmente na criação de públicos e no apoio às comunidades artísticas.

Os autores identificaram 1598 projetos culturais apoiados por fundos europeus nos últimos anos (2007-2013) num total de 882 milhões de euros, a maior parte para a zona norte e centro do continente.

No total foram o património e as artes performativas as áreas com mais apoio, as autarquias tiveram parte substancial dos projetos e “ao contrário do que seria desejável” os projetos de criação artística tiveram “pouco peso”, apenas com oito por cento do total de projetos.

O estudo hoje apresentado visa analisar e comparar os dois modelos de investimento público na Cultura suportado pelos Fundos estruturais no período 2000-2013 e compreender os seus benefícios e fraquezas.

Faz parte do Plano Cultura 2020, uma iniciativa do secretário de Estado da Cultura, desenvolvida pelo Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Culturais, que consiste numa série de uma dezena de estudos destinados a contribuir “para que decisores políticos, agentes culturais, agentes económicos e a sociedade civil em geral, estejam mais preparados para tomar decisões e operar em domínios relacionados com a área da cultura”, diz a Secretaria de Estado.

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