“[Espero] que corra tal e qual como os Açores nos têm habituado, sereno, sem conflitos. Ou muito me engano, ou nunca houve nenhum boicote nos Açores ou se houve foi um”, afirmou João Tiago Machado aos jornalistas, na Horta, ilha do Faial, onde hoje à tarde a CNE se reuniu com representantes de diversos partidos políticos.

Segundo João Tiago Machado, “não é que haja uma tradição portuguesa de grandes boicotes, mas vai havendo”. Contudo, nos Açores “as coisas correm sempre bem”.

O porta-voz da CNE referiu que nas reuniões com os partidos “a questão fulcral foi a abstenção”, matéria igualmente abordada com a presidente da Assembleia Legislativa dos Açores, Ana Luís, numa audiência no parlamento regional esta manhã.

“Foi esclarecido o impacto das regras de recenseamento com a entrada em vigor do Cartão de Cidadão em outubro de 2008, em que há um acréscimo de eleitores sem haver um acréscimo de população”, declarou, explicando que isso se sente “muito em todo o território nacional”, mas sobretudo em regiões onde há muita emigração, como os Açores e a Madeira.

Nesse sentido, admitiu que a abstenção registada nos Açores “não é totalmente real”.

Nas últimas eleições legislativas regionais dos Açores, a 14 de outubro de 2012, a abstenção foi de 52,14%, tendo votado 107.756 dos 225.127 eleitores inscritos.

Nesse ano, o PS elegeu 31 dos 57 lugares na Assembleia Legislativa dos Açores, enquanto o PSD, o maior partido na oposição, conquistou 20 mandatos. O CDS tem três deputados no parlamento regional, enquanto BE, PCP e PPM conseguiram um mandato cada.

Para as eleições regionais de 16 de outubro próximo, estão inscritos 228.259 eleitores, segundo o mapa da CNE com o número de deputados a eleger para o parlamento regional e a sua distribuição por círculos eleitorais.

Segundo as estimativas provisórias anuais da população residente, do Instituto Nacional de Estatística, os Açores tinham no ano passado 245.766 habitantes.