Açoriano Oriental
Ciudadanos admite querer entrar num governo de coligação com o PSOE
O líder parlamentar do Ciudadanos revelou que o seu partido pretende ocupar ministérios num eventual governo em coligação com o PSOE, para o qual precisa e exige o "Sim" do Podemos, ao contrário do que defendia anteriormente.

Autor: Lusa/AO online

 

O partido de Albert Rivera, que se situa no centro-direita, sempre defendeu - antes, durante e depois das eleições gerais de dezembro - que apenas integraria um governo em Espanha se ganhasse as eleições. O Ciudadanos chegou mesmo a criticar a posição do Podemos, que ofereceu o seu apoio ao PSOE em troca de integrar um governo de esquerda juntamente com os comunistas da Izquierda Unida.

Hoje, a dois dias de uma reunião a três entre PSOE-Ciudadanos e Podemos, o porta-voz do Ciudadanos no Congresso dos Deputados revelou novas condições para que um acordo tenha êxito. O Ciudadanos já tem um acordo de investidura com os socialistas (que somam assim 130 deputados) e ambos os partidos procuraram e ainda tentam que o Podemos aceite, ou pelo menos viabilize com a sua abstenção, este acordo para a investidura de Pedro Sánchez.

No entanto, ao contrário do que dizia anteriormente, o Ciudadanos exige agora ao Podemos não a abstenção, mas o voto "Sim".

Caso o Podemos não aceite esta condição na reunião a três de quinta-feira, revelou hoje o porta-voz do Ciudadanos no Congresso, Juan Carlos Girauta, o seu partido levanta-se imediatamente da mesa de negociações.

Outra das posições deixadas mais claras hoje foi uma eventual presença de elementos do Ciudadanos num futuro governo com o PSOE.

"Um governo monocolor do PSOE seria demasiado débil", afirmou Juan Carlos Girauta, acrescentando que "a ideia agora é que esse governo - para o qual pedimos o apoio do Podemos - tem de ser constituído por elementos do PSOE e do Ciudadanos".

"Para executar o acordo de reformas [documento com 200 medidas assinado entre o PSOE e o Podemos] é preciso o compromisso dos assinantes", sublinhou.

Por outro lado, ao contrário da proposta do Podemos de Pablo Iglesias em janeiro, o Ciudadanos recusa-se a especificar que ministérios quer ocupar num executivo com o PSOE. O Podemos exigia o cargo de vice-presidente do Governo e cinco ministérios (Economia, Justiça, Administração Interna, Defesa e Negócios Estrangeiros).

A proposta do Podemos - que também incluía um ministério para a Izquierda Unida e outro especificamente para lidar com a questão da Catalunha - foi mal recebida entre os dirigentes regionais do PSOE, que viram na oferta uma tentativa de humilhar os socialistas.

Os deputados espanhóis têm até 02 de maio para eleger um presidente do Governo, senão Espanha terá novas eleições gerais a 26 de junho.

Enquanto o PP (vencedor das eleições com 123 deputados) espera que os esforços do PSOE falhem, os socialistas (90 deputados) fizeram um acordo com o Ciudadanos (40) e querem que o Podemos (69 deputados) se lhes junte. Já a formação de Pablo Iglesias quer um governo de coligação de esquerda (com o PSOE e a IU), mas com a abstenção do Ciudadanos.

Hoje o Ciudadanos traçou novas linhas vermelhas: quer integrar um governo apenas com o PSOE, com o apoio ativo do Podemos, mas sem deixar que o partido de esquerda radical integre o Conselho de Ministros.

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