Açoriano Oriental
Charlie Hebdo "defende a liberdade de religião"
O chefe de redação do Charlie Hebdo, Gérard Biard, defendeu, numa entrevista difundida parcialmente no sábado, as caricaturas controversas do profeta Maomé publicadas pelo jornal satírico, afirmando que elas contribuem para defender "a liberdade de religião".

Autor: AO/lusa

 

“Sempre que fazemos um desenho de Maomé, sempre que fazemos um desenho de profetas, sempre que fazemos um desenho de Deus, estamos a defender a liberdade religiosa”, disse Gérard Biard, segundo a tradução simultânea em inglês da entrevista à estação de televisão norte-americana NBC.

Esta é a primeira entrevista do chefe de redação do Charlie Hebdo a uma televisão norte-americana desde o ataque ao jornal, perpetrado a 07 de janeiro e que causou 12 mortos.

As declarações de Gérard Biard à NBC surgem depois de cinco pessoas terem sido mortas e igrejas incendiadas no sábado no Níger, durante manifestações contra a publicação de uma nova caricatura do profeta Maomé pelo jornal Charlie Hebdo.

"Nós dizemos que Deus não deve ser uma figura política ou pública. Ele deve ser uma figura privada. Nós defendemos a liberdade de religião”, afirmou Gérard Biard à NBC.

Para o chefe de redação, “trata-se de liberdade de expressão, mas também da liberdade de religião”.

“A religião não deve ser um argumento político”, defendeu.

O primeiro número do Charlie Hebdo depois do ataque tem na capa uma caricatura de Maomé, de lágrima no olho, segurando uma folha com a frase ‘Je suis Charlie’, igual às utilizadas por milhões de pessoas que se manifestaram em defesa da liberdade de expressão. O desenho tem como título “Tudo está perdoado”.

 

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