Açoriano Oriental
CGTP diz que "não se avançou muito" na reunião com Governo sobre reformas antecipadas
A CGTP considerou que a reunião dos parceiros sociais com o Governo sobre o novo regime das reformas antecipadas "foi mais uma em que não se avançou muito", rejeitando penalizações para quem tem 40 anos de descontos.
CGTP diz que "não se avançou muito" na reunião com Governo sobre reformas antecipadas

Autor: Lusa/AO Online

 

Os parceiros sociais estiveram hoje reunidos com o Governo, nas instalações da Concertação Social, em Lisboa, para discutirem as novas regras de cálculo e de atribuição das reformas antecipadas.

No final do encontro, o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, disse aos jornalistas que esta “foi mais uma reunião em que não se avançou muito” e que a novidade foi apenas “a confirmação daquilo que o primeiro-ministro já tinha dito”, ou seja, que “não haveria penalizações para os trabalhadores com 46 anos de carreira contributiva” e 60 anos de idade que queiram reformar-se antecipadamente.

O sindicalista disse que houve também “a informação de que, para os trabalhadores com 60 anos e com mais de 40 anos de carreira contributiva, no futuro, havia uma redução da penalização de 0,5% para 0,4%” por mês”, uma situação que iria desagravar a penalização destes trabalhadores (que é atualmente de 6% por cada ano que antecipem a reforma), mas iriam continuar a ter uma “penalização de 29%”, que é “bastante significativa”.

Para a CGTP, o problema está na “grande expectativa” que foi criada nos trabalhadores com carreiras contributivas longas, no sentido de que o novo regime iria permitir que se poderiam reformar antecipadamente sem qualquer penalização, o que poderá gerar “uma situação de enormíssima frustração”.

“Grande parte dos trabalhadores que hoje já tem 42 e 43 anos de carreira contributiva, se quiser passar à situação de aposentação, tem uma penalização significativa”, disse o sindicalista, defendendo que “as reformas antecipadas por longas carreiras contributivas não podem ser penalizadas”.

Além disso, Arménio Carlos considera que é preciso “estabelecer um calendário para abrir um processo de discussão com os trabalhadores da administração pública”, mas também “tomar medidas para resolver a situação dos desempregados de longa duração que têm um regime específico” e “resolver os problemas das novas gerações que, com esta proposta, estão a ser duplamente penalizadas”.

Sobre este último ponto, o líder da CGTP argumenta, com a proposta do Governo, que as novas gerações são duplamente prejudicas porque já têm “baixos mais salários e menos direitos e, quando passassem à situação de reforma, provavelmente teriam um pensão inferior à que é hoje atribuída aos seus pais”.

Arménio Carlos reconhece a necessidade de o novo regime proteger o equilíbrio financeiro da Segurança Social mas diz que a solução é que este novo regime seja acompanhamento de medidas que permitam aos jovens ter salários mais altos para, desta forma, aumentar as suas contribuições sociais e não comprometer os cofres do sistema.

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