Autor: Lusa/AO Online
A recomendação foi expressa no projeto de parecer sobre as Grandes Opções do Plano para 2012-2015 que o Plenário do CES vai hoje discutir e votar, para entregar de seguida à Assembleia da República.
O CES justifica a recomendação com a "degradação económica mundial e europeia-substancialmente diferente do cenário considerado nas negociações do Programa de Assistência Económica e Financeira" (PAEF).
A recomendação vai no sentido de que o Governo inicie negociações com a 'troika' "antes que a situação económica e social se degrade irreversivelmente".
"A eventual margem financeira decorrente das negociações, caso elas tenham êxito, deverá ser repartida entre medidas de estímulo à economia tornando menos difícil o financiamento das empresas, e medidas de apoio social", defende o documento a que a agência Lusa teve acesso.
O parecer do CES salienta ainda que os compromissos assumidos com vista à consolidação das finanças públicas têm "margens de liberdade para a condução das políticas económicas e sociais, de modo a garantir uma mais justa repartição dos sacrifícios e responder melhor às prioridades do país".
No projeto de parecer, elaborado pela Comissão Especializada Permanente de Política Económica e Social (CEPES), o CES afirma que é tão importante cumprir o PAEF como as autoridades portuguesas participarem ativamente na definição de "uma estratégia de mudanças urgentes na zona euro, para que seja reposta a esperança pós programa.
"Um sistema baseado na moeda única e numa política monetária para a zona euro, sem uma mais intensa integração fiscal, económica e social, não funciona", considera o CES.
Mas o CES entende que o fim da moeda única teria efeitos severos sobre a situação económica e financeira em muitos países e poderia causar maiores prejuízos do que ganhos.