Açoriano Oriental
Central de ondas dos Açores vai ser desmantelada 19 anos depois

A central de ondas do Pico, desconectada da rede e alvo da criação de um perímetro de segurança, na sequência de um desmoronamento parcial ocorrido terça-feira, vai ser desmantelada, foi esta quinta-feira anunciado.

Central de ondas dos Açores vai ser desmantelada 19 anos depois

Autor: Lusa/AO online

Em declarações à agência Lusa, uma fonte da Empresa de Eletricidade dos Açores (EDA) disse que a elétrica açoriana está a “elaborar um projeto” para desmantelamento da central de ondas.

A WavEC - Offshore Renewables, associação privada sem fins lucrativos responsável pela exploração da central desde 2007, referiu, por seu turno, em comunicado, que, face à “ocorrência do desmoronamento parcial”, foram “tomadas todas as medidas necessárias para conter riscos”, tendo sido “desconectada da rede e estabelecido um perímetro de segurança”.

Criada em 1999 como uma central-piloto europeia de energia das ondas, a sua construção foi financiada pela Comissão Europeia, Empresa de Eletricidade dos Açores (EDA), Energias de Portugal (EDP) e pelo Estado, sob a coordenação científica do Instituto Superior Técnico.

Em 2007, a titularidade da central foi cedida à WavEC, que passou a assegurar a sua exploração, tendo a entidade como missões promover investigação aplicada, consultoria e atividades pró-bono como a "disseminação e promoção das oportunidades associadas ao desenvolvimento precoce da energia renovável marinha no país".

A central da ilha do Pico tem sido alvo de várias intervenções face a “deficiências estruturais da instalação” por parte da WavEC, em articulação com o Governo Regional, visando “recuperar a estrutura e promover a central como um elemento dinamizador para a região”.

Considerando que, em fevereiro de 2016, a WavEC, entendeu que a central “já cumprira os seus objetivos como projeto piloto de demonstração”, e perante o “desgaste da parte submersa da estrutura”, resolveu desmantelá-la para “assegurar as condições de segurança e ambientais”.

O Governo dos Açores manifestou então interesse, em janeiro de 2017, em analisar a “viabilidade da recuperação e dinamização” da central, tendo o WavEC suspendido a decisão de encerramento.

“Não tendo sido possível concluir pela sua exequibilidade, deu-se seguimento ao projeto de desmantelamento da central", refere o comunicado da WavEC.

O projeto atraiu mais de 11 projetos nacionais e europeus num valor superior a 35 milhões de euros que "contribuíram diretamente" com cerca de dois milhões para as despesas de operação e manutenção da central e as atividades de investigação desenvolvidas pela equipa local.

A central de ondas do Pico fez parte de duas redes europeias de infraestruturas de teste de tecnologias de energia das ondas, que promoveram o acesso de equipas internacionais à central.


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