Açoriano Oriental
Cavaco é recandidato a Belém e mantém alerta sobre situação do país
O Presidente da República questionou hoje qual seria a situação do país sem a sua “ação intensa e ponderada” dos últimos cinco anos, apesar de considerar que a sua magistratura de influência poderia ter sido mais bem aproveitada.

Autor: Lusa/AO On line
 

“Portugal encontra-se numa situação difícil. Mas há uma interrogação que cada um, com honestidade, deve fazer: em que situação se encontraria o país sem a ação intensa e ponderada, muitas vezes discreta, que desenvolvi ao longo do meu mandato?”, interrogou, durante a declaração que fez hoje no Centro Cultural de Belém para anunciar a sua recandidatura a Belém.

Lembrando os alertas e apelos que lançou e os caminhos que foi apontando, assim com a forma como defendeu os interesses nacionais junto de entidades estrangeiras, Cavaco Silva considerou que a sua magistratura de influência teve efeitos positivos.

“Sei bem que a minha magistratura de influência produziu resultados positivos. Mas também sei – e esta é a hora de dizê-lo – que podia ter sido mais bem aproveitada pelos diferentes poderes do Estado”, disse.

Antes, Cavaco Silva, tinha já sublinhando que apesar de não caber ao Presidente da República governar ou legislar, este não deve “deixar de exercer uma magistratura ativa”.

“Comigo, os Portugueses sabem com o que podem contar”, referiu, prometendo continuar a falar a verdade, porque só ela “é geradora de confiança”.

“Os Portugueses sabem bem distinguir aqueles que falam verdade e aqueles que semeiam ilusões e utopias”, acrescentou, classificando a sua recandidatura como “uma candidatura de futuro e de esperança”.

Recuperando um registo que tem também mantido de apelo aos portugueses para não se resignarem, o chefe de Estado disse ser o tempo de “olhar em frente” e todos se mobilizarem.

“Acredito que podemos vencer”, destacando o desemprego e o endividamento externo de entre os problemas que colocam a Portugal no futuro imediato.

Na sua declaração de cerca de 20 minutos, Cavaco Silva enfatizou ainda que a sua candidatura é “estritamente pessoal, independente de todas as forças partidárias”.

“O meu partido é Portugal”, sustentou, prometendo que, se for reeleito, será “Presidente de todos os Portugueses”.

Em jeito de balanço dos últimos cinco anos, Cavaco Silva lembrou que foi isento e imparcial, atou sempre de forma ponderada para que a figura do Presidente da República não fosse usada como arma de arremesso nas lutas entre os partidos.

“Não interfiro em lutas partidárias. Respeitei democraticamente os resultados das eleições”, garantindo que nunca permitirá que a função presidencial seja instrumentalizada por quem quer que seja.

Caso seja eleito, acrescentou, estará apenas ao serviço de Portugal e não de qualquer grupo ou será “portador de uma ideologia de fação”.

Pelo contrário, será “um fator de união e de confiança, um Presidente escrupuloso no cumprimento da Constituição da República e das regras da democracia”, que acompanhará com “rigor” a actividade do Governo, que poderá sempre contar com a sua cooperação na resolução dos problemas do País.

“Serei sempre um referencial de equilíbrio e estabilidade. Os portugueses sabem que sou avesso a intrigas político-partidárias. Sabem que a honestidade, a retidão, a seriedade, o respeito pela palavra dada são princípios de toda a minha vida, de que nunca me afastarei”, declarou.

Antecipando futura acusações de utilização dos meios de Belém para fazer campanha, Cavaco Silva disse que será “candidato sem deixar de ser Presidente da República”.

“O meu mandato só termina em 9 de março de 2011, pelo que continuarei a exercer fielmente as minhas funções. Saberei distinguir as duas qualidades de que agora sou portador”, realçou.

Logo no início da sua declaração, Cavaco Silva fez ainda uma referência às Forças Armadas, considerando que Portugal precisa de um Presidente que contribua para a sua “coesão, dignificação e prestígio”.

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