Açoriano Oriental
Caso Dona Branca inspira ópera
A ópera "Dona Branca" em versão de concerto estreia hoje no Teatro Nacional São Carlos, em Lisboa, com a personagem de Aben-Afan a ser interpretada pelo tenor britânico John Hudson, o único intérprete diferente do previsto.

Autor: Lusa/AO On Line
 

O espetáculo - um drama lírico em quatro partes e prólogo, com libreto de César Ferreal sobre o poema homónimo de Almeida Garrett - estreia às 21:00 e marca o início da temporada lírica 2010/2011 do São Carlos.

"Dona Branca" em versão de concerto tem música de Alfredo Keil e tinha estreia marcada para 27 de janeiro último na sala principal do São Carlos.

Um dia antes da estreia, um comunicado do teatro anunciava o adiamento do espetáculo, alegando motivos de saúde do tenor italiano Giorgio Casciarri, que cantava a personagem de Aben-Afan, Rei d´Algarve.

O documento justificava o adiamento das três récitas previstas na altura (dias 27, 29 e 31) com o caráter “excecional” do espetáculo, aliando-o ao facto de o tenor ter ficado "impossibilitado" de cantar a personagem. A 24 de fevereiro, o São Carlos anunciou a estreia do espetáculo para 29 de setembro.

Questionado na terça feira pela agência Lusa sobre o porquê da substituição da personagem de Aben-Afan, Jorge Salavisa, presidente do Organismo de Produção Artística (OPART), que gere aquele teatro e a Companhia Nacional de Bailado (CBN), atribuiu-a "uma simples impossibilidade de agenda do cantor inicial".

O que aconteceu foi que “o tenor italiano adoeceu na altura e agora, por motivos de agenda, teve que ser substituído por outro", disse.

Interpretada pela Orquestra Sinfónica Portuguesa (OSP) e pelo Coro do Teatro, "Dona Branca" insere-se nas comemorações do centenário da República, contando com o apoio financeiro da comissão nacional para as comemorações da efeméride.

A estreia desta ópera - a primeira de três compostas por Alfredo Keil (1850-1907) - ocorreu em 1888 no então Real Teatro de São Carlos.

"Dona Branca" conta a trágica história de amor entre a infanta Dona Branca, filha de Afonso III, e o rei mouro dos Algarves (Aben-Afan), na altura da reconquista da região. Apesar de versar sobre um tema português, a ópera foi inicialmente cantada em italiano e intitulava-se "Donna Bianca".

O espetáculo em versão de concerto conta com interpretações da soprano Ausrine Stundyte (Dona Branca), da meio-soprano Maria Luísa Freitas (A fada), do barítono Luís Rodrigues (Adaour, confidente de Ben-Afan), do baixo Nuno Dias (Don Payo Peres Correia, Grão-Mestre da Ordem de Santiago), do tenor Musa Nkuna (Dom Nuno), da soprano Chelsey Schill (Alda) e da meio-soprano Laryssa Savchenko (uma velha moura).

A direção musical é do maestro Joahnnes Stert, que em maio de 2009 dirigiu no São Carlos uma encenação de Maria Emília Correia da ópera "D. Giovanni", de Mozart.

Além da estreia, "Dona Branca" repete no dia 01 de outubro às 20:00 e nos dias 03 e 05 às 16:00. Este último espetáculo é dirigido às famílias e coincide com o dia em que se celebram 100 anos da implantação da República em Portugal.

No final do espetáculo de dia 03 será assinado um protocolo de cedência do espólio do tenor português Mário Moreau ao Teatro Nacional de São Carlos.

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