Açoriano Oriental
Carvalho da Silva defende manifestações para conseguir demissão do Governo
O ex-secretário Geral da CGTP Carvalho da Silva defendeu esta terça-feira a necessidade das manifestações para conseguir a demissão do Governo e a intervenção do Presidente da República para travar o Orçamento do Estado de 2013.

Autor: Lusa/AO online

Em declarações à Agência Lusa à margem da conferência do Instituto de Ciências Sociais (ICS), que está a decorrer na Fundação Caloustre Gulbenkian, Manuel Carvalho da Silva denunciou a “violência” e “incongruência” do Orçamento do Estado (OE) para 2013, que deverá ser hoje aprovado no parlamento.

A praça em frente à Assembleia da República é o placo escolhido para a realização de diversas contestações, incluindo a organizada pela CGTP-IN.

“A manifestação de hoje é de uma grande justiça e necessidade porque é imperioso denunciar a violência e a incongruência deste OE em relação ao que devem ser os caminhos para o desenvolvimento do país e em particular de resposta ao sofrimento que as pessoas estão a ter”, disse Carvalho da Silva, à margem da conferência comemorativa dos 50 anos do ICS.

Para o ex-sindicalista, o OE para 2013 “apenas vem acumular mais sacrifícios, mais sofrimento e retrocesso no patamar do desenvolvimento da sociedade”. Razões que levam Carvalho da Silva a defender que o Presidente da República tem a obrigação de "intervir neste processo", caso contrário a sua “distração” irá demonstrar uma “ausência de atenção à realidade e à vida dos portugueses”.

O investigador da Universidade de Coimbra entende que “é preciso um combate até ao limite” e que "a persistência do Governo neste OE só teve ter um destino: a demissão do próprio Governo”.

“Estas manifestações são uma necessidade e o povo português não pode desarmar. É preciso não desistir do país, é preciso vencer o medo. E é possível vencer derrotando estas políticas e levando este governo à demissão”, disse em declarações à Agência Lusa.

Sobre os efeitos da recente alteração do Código de Trabalho, anunciou que uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra está a estudar os efeitos das alterações, não havendo dúvidas de que "este Código de Trabalho veio tirar muito milhares de milhões de euros do lado do trabalho para o lado do capital".

Num ano em que o desemprego não para de aumentar, o ex-dirigente sindical estima que os salários reais dos trabalhadores tenham caído mais de 6,5%: “Isto é uma violência inaceitável”, lamentou.

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