Autor: Lusa/AO online
Lucy Duff-Gordon, alvo de indignação pública depois de ter escapado do navio num bote salva-vidas quase vazio, escreveu uma carta de duas páginas em Londres, um mês após o desastre.
“Que amável da sua parte enviar-me, desde Nova Iorque, um telegrama de simpatia pela nossa segurança”, escreveu a estilista a um amigo.
“Pela forma como temos sido tratados por Inglaterra quanto ao nosso regresso parece que salvarmo-nos não foi a coisa certa que fizemos!!! Não é vergonhoso?.”, lê-se na carta.
A casa de leilões RR Auction, que frequentemente vende objetos do Titanic, esperava que a carta valesse 6.000 dólares no leilão, que decorreu na quinta-feira em Boston, depois de uma semana de ofertas através da internet.
“Continuamos fascinados pela tragédia do Titanic e vamos prosseguir assim durante muitos anos”, disse o vice-presidente da empresa, Bobby Livingston.
Duff-Gordon, de 48 anos, e o seu marido, Cosmo Duff-Gordon, com 49 anos, viajavam em primeira classe na viagem inaugural do Titanic, entre Southampton, Inglaterra, e Nova Iorque, nos Estados Unidos. O casal foi alvo de críticas quando se soube que o bote salva-vidas em que escaparam transportava apenas 12 pessoas, incluindo sete membros da tripulação, apesar de ter capacidade para 40 pessoas.
Cerca de 1.500 pessoas morreram quando o Titanic naufragou, a 15 de abril de 1912, depois de embater contra um icebergue, naquela que permanece como a mais romanceada tragédia marítima de sempre.