“Os mercados são exigentes. Não basta que os produtos sejam atraentes. Tem que existir uma acreditação do processo produtivo, que necessita de estruturas como esta”, afirmou Carlos César, acrescentando que “a valorização das vantagens é fundamental”.

Nesse sentido, considerou que o Laboratório Regional de Enologia, que vai cobrir todo o arquipélago, permitirá “reforçar a qualidade da produção vitícola e o desempenho dos empresários”, nomeadamente através de “um acréscimo de investigação necessário para a melhoria da qualidade”.

Carlos César revelou que, nos últimos dois anos, o programa de reconversão da vinha recebeu cerca de 40 candidaturas, num total de 20 hectares, frisando que “a qualidade é o objetivo que deve animar a produção agrícola”, não a quantidade.

Antes de inaugurar o Laboratório Regional de Enologia, Carlos César presidiu à abertura da Queijaria Alfredo, também na Madalena do Pico, uma unidade familiar que mantém os métodos tradicionais de fabrico do Queijo do Pico DOP (Denominação de Origem Protegida).

“Produzimos um dos sabores mais genuínos do Pico, segundo a tradição desta ilha”, afirmou José Manuel, proprietário da unidade, com capacidade para produzir 21 mil queijos por ano, através do tratamento de 150 mil litros de vinho.

A nova queijaria, que envolveu um investimento de 400 mil euros, dos quais 75 por cento financiados a fundo perdido, resultou do programa SIQUAL, criado para proteger a produção de Queijo do Pico DOP.

“É necessário recuperar uma tradição cuja origem se perde no tempo e que foi a garantia de sobrevivência de muitas famílias”, frisou Noé Rodrigues, secretário regional da Agricultura, destacando a importância do programa que foi lançado em parceria com a associação de produtores de queijo da ilha do Pico.