Açoriano Oriental
Cardeais eleitores ainda indecisos sobre sucessor de Bento XVI
O fumo negro voltou esta quarta-feira a sair da chaminé da capela Sistina, mantendo o suspense sobre a escolha dos cardeais eleitores, reunidos à porta fechada desde terça-feira para escolherem o sucessor de Bento XVI.
Cardeais eleitores ainda indecisos sobre sucessor de Bento XVI

Autor: Lusa/AO Online

Depois de uma primeira emissão de fumo negro na terça-feira à tarde, logo após o início do conclave, as duas votações previstas para esta manhã não resultaram numa eleição.

Duas outras vão efetuar-se durante a tarde, servindo estes quatro escrutínios para confirmar as forças em presença.

Sob um oceano de chapéus-de-chuva, a multidão numerosa, ao fim da manhã, na praça de São Pedro, manifestou a sua deceção, mas com sorrisos.

"Continuamos à espera. O Senhor está lá. Estamos unidos no coração de Cristo", declarou uma peruana.

"É normal que o fumo seja negro, é demasiado cedo. Só a partir do quarto escrutínio, é que tudo ficará mais claro", afirmou um italiano.

O cardeal de Nova Iorque Timothy Dolan apostou num resultado rápido, "até quinta-feira à tarde", antes de ser obrigado ao segredo como todos os restantes 114 eleitores.

De acordo com várias declarações, a escolha é entre um italiano e um papa das Américas, ou entre o cardeal arcebispo de Milão, Angelo Scola, com os votos da Europa e dos Estados Unidos, e o cardeal arcebispo de São Paulo, Odilo Pedro Scherer, que terá o apoio da Cúria, e o cardeal do Quebeque, Marc Ouellet, muito conhecido na América Latina e antigo "ministro" de Bento XVI à frente da Congregação dos bispos.

Dois norte-americanos são também apontados, o cardeal de Boston Sean O'Malley e o de Nova Iorque Dolan. Mas estes dois "papabili" [candidatos a papa] têm talvez contra eles a nacionalidade, a maior potência económica e política do mundo.

Estas votações permitem avaliar se um candidato se destaca e tem hipóteses de conseguir os 77 votos (dois terços do colégio de eleitores) necessários para ser eleito. Ou, se ao contrário, blocos se opõem, tornando viável a emergência de um candidato menos conhecido.

A eleição do próximo papa não é como a de um "diretor de uma multinacional" e as capacidades de gestão são importantes, mas menos que a de ser um "homem do Evangelho", declarou o cardeal austríaco Christoph Schonborn, também entre os "papabili", numa entrevista realizada antes de entrar no conclave.

De acordo com a imprensa italiana, o papa emérito Bento XVI, retirado na residência de verão de Castel Gandolfo, a sul de Roma, seguiu pela televisão as retransmissões das cerimónias que antecederam a entrada no conclave.

A eleição do 266.º papa vai pôr fim a quatro semanas muito agitadas, desde o anúncio, a 11 de fevereiro, da renúncia de Bento XVI, aos 85 anos.

Desde terça-feira que os cardeais eleitores estão isolados do exterior e obrigados ao segredo, sob pena de excomunhão, estando a residir, até à eleição do novo papa, na casa de Santa Marta, um antigo hospício atrás da basílica de São Pedro.

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