Açoriano Oriental
Canadá reduz e "aperta" admissão de trabalhadores qualificados estrangeiros em 2013
O Ministério da Imigração canadiano vai introduzir critérios mais rigorosos para a admissão de imigrantes na classe de "trabalhadores qualificados", prevendo admitir na ordem das 55 mil pessoas em 2013, uma ligeira redução face aos números atuais.
Canadá reduz e "aperta" admissão de trabalhadores qualificados estrangeiros em 2013

Autor: Elisa Fonseca, Lusa/AO online

Esta é a categoria ambicionada pela maior fatia de portugueses que pretendem emigrar para o Canadá. Porém, o maior controlo na imigração e as sucessivas mudanças impostas pelo Governo federal nos perfis de imigrantes desejados geram crescentes dificuldades a quem quer entrar no país.

O ministro federal da Imigração, Jason Kenney, afirmou recentemente que o Canadá pretende admitir no próximo ano um máximo de 55.300 pessoas na categoria de "Trabalhador Qualificado Federal" ("Federal Skilled Worker (FSW)") e reduzir o atraso existente na tramitação dos processos.

Questionada pela Lusa, Julie Lafortune, porta-voz do Ministério de Imigração federal explicou que os níveis definidos para a categoria de "Trabalhador Qualificado Federal" (programa definido a nível federal em contraponto a pequenos programas provinciais permitidos por Otava) foram "reduzidos ligeiramente com o intuito de compensar o crescimento rápido recente na "Classe [de imigrantes] com Experiência Canadiana".

Otava pretende agora favorecer a imigração nesta classe, que abrange trabalhadores estrangeiros temporários já no país ou estudantes estrangeiros que obtiveram diplomas no Canadá e requerem residência permanente, ou seja, em ambos os casos, pessoas já conhecedoras da sociedade canadiana e com um percurso profissional ou educativo.

"A "Classe Experiência Canadiana" (CEC) corresponde ao tipo de imigrante que o Canadá pretende: pessoas que demonstraram sucesso no mercado de trabalho canadiano e que têm capacidades para contribuir para o país no longo prazo. É a imigração económica de crescimento mais rápido", frisou aquela responsável.

Criado em 2008, o programa CEC passou de 2.500 imigrantes admitidos em 2009, para seis mil em 2011, pretendendo atingir 10 mil em 2013.

"No atual contexto de estabilidade nos níveis globais [de admissão de residentes permanentes no Canadá], cujos valores se têm fixado entre 240 mil e 265 mil pessoas [ao ano] desde 2007, há que atingir um equilíbrio entre as prioridades de concorrência e os recursos e capacidades existentes", explicitou Julie Lafortune.

Ainda sobre o programa do "Trabalhador Qualificado Federal", adiantou que "o Governo do Canadá reconhece que o programa do FSW executa as necessidades de longo prazo no país ao admitir trabalhadores que sejam adaptáveis e flexíveis às mudanças do trabalho".

O programa do FSW vai ser atualizado, prevendo-se que inclua exigências reforçadas dos níveis, quer das línguas oficiais no país [inglês e francês], quer do reconhecimento das habilitações educativas.

O FSW passará ainda a dar preferência aos mais jovens, com vista a terem um período ativo mais longo, e irá reduzir o peso da avaliação na experiência profissional no estrangeiro em benefício de uma experiência profissional no mercado canadiano, entre outros.

"Com as próximas alterações nos critérios de seleção, esperamos que os novos candidatos de 2013 estejam em melhor posição de obterem êxito na economia canadiana", comentou a responsável do Ministério de Imigração federal.

À questão da Lusa sobre qual a melhor via para um cidadão Europeu, designadamente um Português, emigrar para o Canadá, a porta-voz governamental respondeu que "existem várias opções para quem quer imigrar para o Canadá”.

"A CIC - Cidadania e Imigração Canadá é responsável por um conjunto de programas que permitem a residência, o trabalho e o estudo" no país, estando toda a informação na página de Internet, na qual os potenciais interessados podem executar o "Come to Canada Wizard", que funciona como um barómetro rápido para analisar a elegibilidade de imigrantes.

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