Autor: Lusa/AO online
A campanha arrancou hoje oficialmente e vai desenvolver-se ao longo do ano, nas nove ilhas açorianas, em articulação com as Redes de Apoio Integrado à Mulher e os Polos Locais de Prevenção e Combate à Violência Doméstica, disse à Lusa a coordenadora deste projeto, Letícia Leal.
A Campanha Regional de Prevenção da Violência no Namoro resulta de uma parceira entre o governo açoriano e o Núcleo de Iniciativas de Prevenção e Combate à Violência Doméstica da Santa Casa da Misericórdia da Praia da Vitória e foca-se, sobretudo, na população jovem, promovendo diversas iniciativas em escolas, instituições particulares de solidariedade social (IPSS) ou locais normalmente frequentados por este tipo de público, entre outros.
Os Açores foram a primeira região do país a desenvolver uma campanha "construída em torno desta matéria", afirmou Letícia Leal, sublinhando que hoje são as próprias escolas e as IPSS a solicitar a realização deste tipo de ações, depois de numa primeira fase a abordagem do tema da violência no namoro ter sido encarado com estranheza, por haver a ideia de que não existia.
Não existem dados sobre a violência no namoro relativos, especificamente, aos Açores, mas a estatística nacional aponta para que este problema atinja um em cada quatro jovens portugueses.
As primeiras iniciativas açorianas nesta área, em 2011, surgiram por as equipas que trabalham com a violência doméstica na região se terem apercebido de que as vítimas referiam com frequência que durante o namoro já havia "sinais preocupantes", que são normalmente confundidos com provas de amor que depois se tornam "obsessivas e de controlo obsessivo", segundo a responsável.
Letícia Leal sublinhou que a campanha aposta não apenas na abordagem da violência em si, enfatizando também aquilo que é suposto existir numa relação de afetos positiva, como "a esperança" ou "o respeito".