Autor: Lusa / AO online
Segundo fonte do comando territorial da GNR de Viana do Castelo, o acidente ocorreu cerca das 05:15, na Avenida 25 de Abril, junto à Igreja do Carmo, em pleno centro da cidade, quando o camião transportava o componente eólico da fábrica da Enercon, na praia Norte, para o porto de mar da cidade.
De acordo com a mesma fonte, o choque com o comboio, que tinha acabado de sair da estação de Viana do Castelo com destino ao Porto, aconteceu "quando o camião descrevia uma curva, ao que tudo indica devido a um erro de cálculo na trajetória devido ao comprimento do equipamento".
"Nessa zona da cidade o camião tem que circular em contramão para poder descrever a curva. Nessa altura uma parte da pá de rotor de uma torre eólica invadiu a linha férrea e nesse preciso momento circulava o comboio das 05:11 da manhã com destino ao Porto, que colidiu com aquele componente eólico", sustentou a fonte.
Na altura do embate, segundo a GNR, o comboio transportava o maquinista e outro funcionário da CP, "mas ninguém ficou ferido".
"Há apenas danos materiais e registar no comboio e na pá, que teve que ser cortada para ser desenganchada do comboio", explicou a GNR.
O trânsito naquela zona da cidade esteve cortado nos dois sentidos durante cerca de 45 minutos para que uma grua pudesse recolocar a pá de rotor novamente no camião para ser encaminhada para a fábrica para reparação.
O comboio acabou por seguir a marcha assim que "ficaram asseguradas todas as condições de segurança".
A multinacional Enercon ocupa desde 2005 terrenos subconcessionados pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), nos quais instalou um dos dois polos industriais que detém em Viana do Castelo para a produção de aerogeradores e outros componentes, empregando mais de 1.400 pessoas em cinco fábricas.
O grupo alemão não tem meios de elevação próprios, situação que a empresa admite dificultar a "logística de exportação" de componentes eólicos produzidos nas cinco fábricas que o grupo alemão instalou em Viana do Castelo.
Há muito que o grupo vem reclamando a utilização de um guindaste situado nos estaleiros de Viana, inoperacional há vários anos, mas sem resultado.
Face à ausência de meios de elevação, a multinacional é obrigada a efetuar transportes rodoviários pelo interior da área urbana para a margem sul, onde está instalado o porto comercial, de toda a carga destinada à exportação, operações que decorrem durante a noite ou madrugada, sempre acompanhadas pela GNR para garantir a segurança rodoviária.