Açoriano Oriental
Bloco de Esquerda fracturado por nova força política
O líder da Ruptura/FER acusou hoje o Bloco de Esquerda de ter abandonado o “projecto das causas fracturantes”, para justificar o surgimento de uma nova força política que reúne ex militantes do partido de Francisco Louçã.
Bloco de Esquerda fracturado por nova força política

Autor: Lusa/AO Online

“Nós vamos formar uma nova força política porque o Bloco de Esquerda abandonou o projecto das causas fracturantes que inicialmente tinha”, disse Gil Garcia, em declarações à agência Lusa.

Para o líder da Ruptura/FER, as novas causas que o Bloco de Esquerda deveria discutir seriam se “paga-se ou não se paga a dívida, se faz ou não unidades de esquerda porque é uma alternativa à direita”, temas que, na opinião de Gil Garcia, o partido “não quer discutir connosco”.

“O bloco não deixou margem interna para defender pontos de vista diferentes e também devido ao facto de eles não quererem discutir a principal diferença política que existe entre nós e a direcção do bloco que é a orientação face ao problema da dívida que está a cerrar o país numa crise interminável”, explicou.

Para Gil Garcia, “o Bloco de Esquerda, tal como o PCP defende uma política de renegociação da dívida, nós discordámos e o bloco quer desviar essa conversa para talibãs… que em nada tem a ver com as principais diferenças existentes entre nós”.

Gil Garcia repudiou as críticas que têm sido feitas nos últimos dias, por parte da direcção do Bloco de Esquerda ao Ruptura/FER, nomeadamente através de um comunicado da comissão política do partido em que acusa aquele grupo de apelar à “constituição de brigadas para apoiar os talibãs no Afeganistão”.

“Queremos denunciar a falsidade da principal acusação do comunicado da direcção do Bloco de Esquerda que pôs a circular que nós éramos apoiantes de talibãs, discussão que nunca houve no bloco e que é completamente falsa”, afirmou.

Sobre o dossier das eleições Presidenciais, Gil Garcia recordou que “não é verdade” que aquele movimento tenha tido sempre uma posição contra as decisões do partido, uma vez que foram eles (Ruptura/FER) que propuseram que Francisco Louçã se candidatasse em 2006, para não apoiar a candidatura de Mário Soares.

“Discordámos foi quando Francisco Louçã se desviou do programa do Bloco de Esquerda e apoiou a candidatura de Manuel Alegre, aproximando-se do candidato do PS e do Governo Sócrates”, declarou.

“Este chorrilho de calúnias que é feito a uma ala crítica só se deve a uma questão: é que nós discordámos do apoio à candidatura de Manuel Alegre e eles não querem discutir essa questão porque sabem que foi isso que esteve na origem de terem perdido 300 mil votos”, sustentou.

O líder do Ruptura/FER fez ainda questão de frisar que “não existe um único parlamentar eleito” naquela corrente política, sublinhando que “são pessoas que foram sempre discriminadas dentro do Bloco de Esquerda, apesar de terem uma forte representatividade interna”.

Gil Garcia acusou ainda o Bloco de Esquerda de fazer “mau uso” do dinheiro do Estado atribuído aos partidos, construindo “sedes sumptuosas” e de ter colocado “a torto e a direito” funcionários políticos que “nem sequer correspondiam ao rácio de militantes existentes”.

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