Autor: Lusa/AO online
“Há empresas públicas do setor do mar que recebem diuturnidades [Portos dos Açores e Atlanticoline], os trabalhadores da Lotaçor estão proibidos de as receber. Há trabalhadores da Lotaçor com aumentos de vencimentos através de um processo que chamam de requalificação, o que quer que isso queira dizer, mas a grande maioria nem sequer fazem ideia do que isso é", declarou à agência Lusa Zuraida Soares.
A coordenadora do BE nos Açores acusou o Governo Regional de praticar assim “dois pesos e duas medidas”.
Zuraida Soares afirmou que há trabalhadores na empresa que estão a ser “requalificados pela sucapa”, sendo-lhes pedido que “não digam nada”, mantendo-se a maioria dos trabalhadores sem aumentos no âmbito de um processo “completamente ilegal” e em que “há favoritismo”.
Nos abaixo-assinados, enviados pelo BE à Lusa, os trabalhadores da Lotaçor afirmam que apesar do Orçamento do Estado não permitir (desde 01 de janeiro de 2010) as empresas públicas e entidades empresariais atribuem valorizações remuneratórias a alguns funcionários que assim “têm sido aumentados por força da reclassificação de carreiras e outros subsídios”.
Nos documentos, os trabalhadores adiantam que no setor público empresarial as empresas públicas Portos dos Açores e Atlanticoline os funcionários “foram aumentados” por via das diuturnidades, com efeitos a partir de julho de 2016.
A candidata, que hoje esteve na ilha Graciosa, onde se reuniu com a Associação de Pescadores Graciosenses, disse que se vive uma “situação de pobreza e de precariedade” nos trabalhadores do setor e defendeu uma reestruturação das pescas com base numa “parceria séria entre a pesca e a investigação científica”.
Zuraida Soares voltou a reivindicar a equiparação do Fundopesca ao salário mínimo regional, a par da necessidade de haver contratos de trabalho no setor.
A dirigente do BE considerou ser “muito interessante” o líder do PS/Açores afirmar, como ontem [quarta-feira], em Rabo de Peixe, na ilha de São Miguel, que estará do lado dos pescadores se a União Europeia baixar a quota do goraz, quando "ainda há pouco tempo o PS se recusou a aprovar" uma proposta na Assembleia Legislativa Regional que pretendia acionar os fundos europeus para compensar a perda de rendimentos.