Açoriano Oriental
BE diz que Cavaco persistiu no erro de pedir compromissos para a austeridade
O BE defendeu que o Presidente da República, Cavaco Silva, persistiu "no erro" de insistir no "compromisso" à volta da "política de austeridade" e que é isso que leva ao desagrado para com as instituições democráticas.

Autor: AO/lusa

 

"Quando, persistindo no erro, o Presidente da República insiste na chamada cultura de compromisso à volta de mais do mesmo, da política de austeridade, da política da ‘troika' sem a ‘troika', esse compromisso é aquele que fatalmente leva a um aumento do desagrado das cidadãos e das cidadãs em relação às políticas que se têm seguido", afirmou aos jornalistas o deputado do Bloco de Esquerda Luís Fazenda.

Luís Fazenda reagia ao discurso de 5 de Outubro do Presidente da República, Cavaco Silva, no qual apela uma cultura de compromisso político por parte das forças políticas considerando que, caso contrário, há um risco de implosão do atual sistema partidário português.

O chefe de Estado propôs ainda uma reflexão urgente sobre o regime político português, destinada a encontrar soluções para os problemas de governabilidade.

"O Presidente da República fez eco de uma realidade que é o enorme desagrado das portuguesas e dos portugueses com o funcionamento das instituições democráticas. Creio que ele próprio não retirou a essencial lição acerca disso. Se ele próprio tivesse demitido o Governo e tivesse convocado eleições, certamente a saúde democrática do país e das instituições seria bem maior", argumentou Luís Fazenda.

"Essa é a questão que hoje temos em desenvolvimento e apodrecimento na sociedade portuguesa", acrescentou o deputado bloquista para quem "a subserviência ao tratado orçamental, às políticas europeias, tal como tem existido, faz definhar a democracia".

De acordo com Fazenda, essa "é a lição que se pode tirar, talvez simétrica, daquela que o Presidente da República retirou, mas partindo da mesma realidade, que é o enorme desagrado pelas instituições democráticas".

Por outro lado, o bloquista considerou que quando Cavaco "fez eco de políticos que não cumprem as suas promessas" só podia referir-se "ao primeiro-ministro Passos Coelho", no Governo não executou ou que prometeu em campanha eleitoral.

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