Açoriano Oriental
BE/Açores propõe reforço de apoio para doentes em deslocações dentro e fora das ilhas
A representação parlamentar do Bloco de Esquerda nos Açores vai propor na Assembleia Legislativa o reforço de apoios aos doentes que se dirigem ao hospital em situações não urgentes e aos doentes deslocados fora da sua ilha.
BE/Açores propõe reforço de apoio para doentes em deslocações dentro e fora das ilhas

Autor: Lusa/AO Online

 

"O Serviço Regional de Saúde deve ser gratuito e universal, porque é pago através dos nossos impostos e contribuições, portanto não faz qualquer sentido qualquer utente pagar duas vezes por aquilo a que deverá ter direito", salientou, hoje, o colíder do BE/Açores Paulo Mendes, numa conferência de imprensa, à porta do Hospital da Ilha Terceira.

Num único projeto de resolução, o BE vai recomendar ao executivo açoriano três medidas de apoio aos utentes e aos seus acompanhantes, em caso de deslocação.

Paulo Mendes defendeu a alteração do regime de apoio ao transporte não urgente de doentes, alegando que o Governo Regional se limitou a "imitar" o modelo "burocrático" em vigor no território continental.

Dando como exemplo, o caso da ilha Terceira, o colíder do BE/Açores disse que um utente que tenha necessidade de se deslocar ao hospital para um tratamento, na melhor das hipóteses, "se viver numa situação de miséria", terá direito a um apoio de 10 euros por deslocação, independentemente da distância a que esteja da unidade de saúde.

"Não tem qualquer lógica fazer depender o apoio somente do rendimento do próprio utente, sem ter em consideração a distância que é percorrida", frisou.

Por outro lado, o utente tem de se deslocar novamente ao hospital para receber esse apoio, o que, para Paulo Mendes, "não faz sentido", já que esses utentes têm "dificuldades de locomoção" e de transporte.

Além do projeto de resolução agora apresentado, o BE/Açores pondera apresentar também uma proposta na discussão do Plano e Orçamento da Região para 2016, no sentido de reforçar os meios para o transporte não urgente de doentes.

Segundo o colíder do BE, embora esse transporte seja assegurado muitas vezes por táxis, o ideal era ser feito por "viaturas devidamente adaptadas".

O projeto de resolução do BE propõe também um aumento do "número de convenções com unidades de alojamento no continente e nas ilhas com hospital".

"Termos só 16 quartos disponíveis em Lisboa, quatro quartos convencionados no Porto e menos ainda em Coimbra é uma situação completamente insustentável e que torna os apoios, que são limitados, aos doentes deslocados ainda mais limitados, porque deve ser muito difícil de certeza arranjar vaga perante esta oferta de quartos convencionados", frisou Paulo Mendes.

O dirigente regional bloquista defende ainda o "aumento do valor do apoio diário aos acompanhantes dos doentes deslocados", alegando que neste momento esse montante ronda, no máximo, os "20 euros por dia".

"Não sei porque é que se preocupam tanto em fiscalizar quem vai acompanhar o doente. Decerto que há outros aspetos da nossa vida pública, em que a fiscalização é muito mais necessária. Estamos a falar em valores que atualmente são de total miséria", salientou.

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