Açoriano Oriental
Aventuras de emigrantes açorianos na América do Sul em cena em São Miguel
Os teatros Micaelense e Ribeiragrandense, na ilha de São Miguel, acolhem esta semana dois espetáculos sobre a história e o legado dos açorianos que emigraram para países da América do Sul
Aventuras de emigrantes açorianos na América do Sul em cena em São Miguel

Autor: Lusa/AO online

A história dos casais açorianos que fundaram há 250 anos a cidade de San Carlos, no Uruguai, é recriada, na quinta-feira, no palco do Teatro Ribeiragrandense, depois da estreia, no ano passado, naquele país da América do Sul.

“Foi uma aventura não só a pesquisa e a investigação que acabei por fazer, porque é uma obra escrita a partir de factos históricos, apresentados de forma ficcionada”, afirmou à Lusa Maria Simões, que escreveu e encenou o espetáculo teatral com duração de 60 minutos e 15 atores de várias nacionalidades em palco.

A peça “Carolina”, que estará em cena nos dias 19 e 20 de junho na cidade da Ribeira Grande e pela primeira vez nos Açores, estreou oficialmente em outubro de 2013 no Uruguai, no âmbito das comemorações dos 250 anos da cidade de San Carlos, fundada em 1763.

Maria Simões, uma das fundadoras das Descalças Associação Cultural, adiantou que este projeto resultou de uma viagem feita à América do Sul em 2010, ao abrigo de uma bolsa de criação artística do Governo dos Açores e do primeiro contacto com o grupo “Los Azorenos” no Uruguai, que trabalha há mais de 50 anos para recuperar a memória e o legado histórico dos açorianos neste país.

“Desde 2010 que tenho viajado todos os anos para o Uruguai” contou a encenadora, que desenvolveu uma intensa pesquisa para escrever e conceber o espetáculo que agora estreia nos Açores.

“San Carlos é uma cidade fundada no Uruguai por açorianos, na altura ao serviço do Rei de Espanha, e isso é um elemento único na história da emigração açoriana”, sustentou Maria Simões, alegando que esse aspeto por si só constitui um “grande motivo de interesse”.

Segundo disse Maria Simões, na Ribeira Grande estarão apenas em palco 15 dos 30 atores do espetáculo de estreia no Uruguai, uma “versão reduzida”, mas que conta na mesma com a colaboração de uma diretora de arte uruguaia, tornando real “o conceito verdadeiro de ponte cultural e que o mundo é um só”.

Maria Simões adiantou que “toda a equipa está a trabalhar” para que a peça seja reposta em cena no final do ano, com um reforço do número de atores e bailarinos do Uruguai, bem como exibida noutras ilhas açorianas e no continente.

Por outro lado, na sexta-feira, terá lugar no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, o espetáculo "Os Descendentes da Atlântida – Ópera Açoriana", que resultou de uma colaboração entre o Governo Regional dos Açores e o do estado brasileiro do Rio Grande do Sul.

Este espetáculo já foi encenado na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a 09 de junho, e sobe agora ao palco nos Açores.

Foi em 1751 que os primeiros açorianos chegaram ao Rio Grande do Sul, data considerada como "um marco histórico na formação da cultura e dos costumes deste estado brasileiro, constituindo um referencial da cultura e da identidade gaúchas", segundo uma nota do executivo regional.

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