Autor: Lusa/AO Online
"O navio tinha 400 toneladas de gasóleo e 50 toneladas gasolina, mas não tem a sua certificação válida", explicou o capitão do porto da Horta, Vieira Branco, adiantando que embora nenhuma das inconformidades detetadas estivesse relacionada com a carga, a permanência deste combustível a bordo "suscitava preocupação em termos de segurança".
O navio, operado pela Transinsular, para assegurar o abastecimento de combustível inter-ilhas, pertencia a um armador turco, que entretanto abandonou a embarcação (que está impedida de navegar), e também os oito tripulantes, que estão com três meses de vencimentos em atraso.
"Depois de falarmos com a tripulação eles foram sensíveis a esta questão", acrescentou o capitão do porto da Horta, reconhecendo que durante algum tempo, os tripulantes "fizeram pressão no sentido de reter a carga", com o objetivo de tentar reaver os salários em atraso.
As advogadas dos tripulantes já fizeram saber que estão a tentar chegar a acordo com o operador do navio, no sentido de reaver cerca de 160 mil euros de vencimentos em atraso e admitem intentar um processo judicial, de arresto do navio, para recuperar os valores em falta.
O navio "Chem Daisy" tem 85 metros de comprimento e uma capacidade de 3.400 metros cúbicos de combustível, e navega nos mares dos Açores com bandeira de Malta.
O capitão do porto da Horta, que decretou a detenção do navio a 23 de maio passado, garante que a embarcação "não cumpre com as condições certificadas por Malta, nomeadamente no sistema propulsor", situações que ainda não foram corrigidas e que o impedem de navegar.