Autor: Ana Carvalho Melo
Em nota enviada à comunicação social, a Autoridade Marítima pede aos banhistas que para além de se informarem da
temperatura do ar, da água e das horas
da maré, tenham em atenção outras informações que podem
ser transmitidas, tanto pelos nadadores salvadores como pela própria
observação do mar.
Neste contexto, explica que nas zonas balneares com areal, existem três processos oceanográficos que ocorrem à beira-mar e que podem
constituir perigo para o banhista. São eles: a rebentação das ondas, a corrente de deriva litoral e os agueiros.
As
ondas chegam à costa com diferentes alturas e rebentam junto à praia
com diferentes formas, dependendo
do declive da beira-mar. Praias com declives mais acentuados originam
uma rebentação mais forte e perigosa. Quando a altura da onda é grande e
o declive da beira-mar é forte, as ondas colapsam diretamente na face
da praia e originam um escoamento de retorno
capaz de derrubar as crianças e as pessoas mais idosas, arrastando-as de
volta para o mar.
Por
outro lado, quando as ondas chegam à praia orientadas de forma obliqua à
linha de costa, forma-se
uma corrente ao longo da praia capaz de deslocar um banhista distraído
algumas dezenas de metros, para a direita ou esquerda do ponto onde
entrou. Apesar de não constituir um perigo à segurança de cada um, pode
desorientar as crianças, que ao saírem da água,
após um banho mais prolongado, não encontram o seu chapéu de sol, ou
familiares. A esta corrente chamamos de deriva litoral e é mais forte
quanto maior for a ondulação, mais obliqua for a sua chegada e mais
intenso estiver o vento.
A
maré faz deslocar a rebentação das ondas para zonas diferentes da
beira-mar. A linha de baixa-mar encontra-se
mais afastada numa zona onde o declive da praia é menos acentuado. Na
baixa-mar a corrente de retorno é reduzida mas a corrente de deriva
litoral tende a ser mais intensa.
Por
outro lado a linha de preia-mar encontra-se mais próximo dos chapéus de
sol numa zona onde o declive
é maior. É na preia-mar que as ondas tendem a rebentar em cima da praia,
com mais força e criando uma corrente de retorno mais perigosa.