Açoriano Oriental
Autarca do Corvo acusa serviços da República de serem os piores da ilha
O presidente da Câmara de Vila do Corvo, nos Açores, considerou hoje que os departamentos dependentes da República são "os que prestam o pior serviço" na ilha, exemplificando com as Finanças e a Conservatória.
Autarca do Corvo acusa serviços da República de serem os piores da ilha

Autor: Lusa/AO Online

 

“A repartição de Finanças só tem funcionário uma semana por mês, não temos um funcionário permanente nas Finanças, e na Conservatória temos uma escriturária, mas não temos um conservador”, disse à agência Lusa o presidente de Vila do Corvo, o único município da ilha mais pequena do arquipélago, com 17 quilómetros quadrados e onde moram cerca de 400 pessoas.

Segundo José Manuel Silva, “se, por exemplo, hoje alguém decidir fazer um testamento porque acha que vai falecer amanhã, não o consegue fazer”, porque “a pessoa que está cá colocada está na Horta (ilha do Faial)” e “muito raramente, mas muito raramente mesmo, se desloca cá”.

“Curiosamente, são os dois [Finanças e Conservatória] que dependem dos serviços da República que são os que prestam o pior serviço”, afirmou José Manuel Silva.

A propósito da visita estatutária que o Governo Regional inicia hoje à ilha, José Manuel Silva disse que o “essencial” o concelho tem, mas “o ideal não”.

“O essencial nós temos, mal seria se eu dissesse que está tudo bem e que não temos falta de nada”, declarou o presidente do município que apresenta a “tranquilidade” como uma das imagens de marca da ilha que, com as Flores, integra o grupo ocidental do arquipélago.

Destacando que a criminalidade é residual, José Manuel Silva aponta o seu caso, como o de outros moradores, onde ainda há o hábito de deixar as portas apenas no trinco.

“[A porta] tem tranca, tem chaves, mas no dia-a-dia a porta está só fechada, não está trancada”, declarou, notando que “as pessoas ainda confiam plenamente umas nas outras, de maneira que também essa será uma das características” do Corvo, onde se contam pelos dedos das duas mãos as lojas e os estabelecimentos de restauração.

Na ilha, é o município o maior empregador, com 42 funcionários, enquanto a Santa Casa da Misericórdia tem 19 trabalhadores.

Esta instituição, que dispõe de lar, centro de convívio e serviço de apoio domiciliário, contabiliza, na valência de creche, 13 crianças e mais dez no jardim-de-infância, informou o provedor, Marco Pereira.

Quanto à escola, o 1.º ciclo tem 16 alunos, o 2.º dez, enquanto o 3.º ciclo é frequentado por 13. Outros dez alunos estão no secundário, mas apenas um no 12.º ano, adiantou a Secretaria Regional da Educação e Cultura.

Aos potenciais turistas, o presidente da Câmara de Vila do Corvo desafia a vivenciar a ilha.

“Eu costumo dizer que o Corvo é para ser vivido e não visitado ou visto”, afirmou, realçando os atributos de hospitalidade e acolhimento da população.

O que o Corvo “tem de mais especial é essa vivência com os corvinos e isso não se consegue num dia”, disse o autarca.

O executivo açoriano inicia hoje uma visita ao Corvo, iniciativa que cumpre o determinado no Estatuto Político-Administrativo da região.

O Estatuto Político-Administrativo dos Açores obriga o Governo Regional a visitar cada uma das ilhas da região pelo menos uma vez por ano.

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