Açoriano Oriental
Autarca da Praia da Vitória teme que EUA vedem utilização civil do porto e aeroporto
O autarca da Praia da Vitória considerou esta segunda-feira que o plano dos Estados Unidos da América (EUA) de redução militar na base das Lajes, no que concerne à utilização de infraestruturas, pode "hipotecar" o futuro económico do concelho.
Autarca da Praia da Vitória teme que EUA vedem utilização civil do porto e aeroporto

Autor: Lusa/AO Online

 

"Se a parte portuguesa aceitar - como aparentemente já o está a fazer nos bastidores - uma solução desta natureza, está a vedar definitivamente o acesso e a potencialidade de rentabilizar as infraestruturas do aeroporto e do porto, no âmbito de 'clusters' aéreo e marítimo geradores de emprego e de riqueza em alternativas para utilizações civis", salientou Roberto Monteiro, numa conferência de imprensa.

Segundo o presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, o plano inicial dos norte-americanos, que alegadamente não estará a ser contestado pelo Estado português, prevê a redução de utilização de 349 edifícios, 62 quartos para alojamento e 452 unidades de habitação familiar", no entanto, "a Força Aérea norte-americana mantém "o controlo das principais infraestruturas e serviços existentes", como o aeroporto, o porto e zonas de abastecimento e armazenamento de combustíveis.

"Com o cenário que está previsto verifica-se que toda a linha de acesso direto à pista e ao porto se mantém afeta a infraestruturas puramente militares e maioritariamente utilizadas pelas forças norte-americanas", frisou.

Para o autarca, a concretização deste plano impede a "alteração da classificação do aeroporto", para que passe a ter uma predominância civil, com utilização militar, como a autarquia tem defendido, e impede que "qualquer tipo de empresa ou de entidade ligada à aeronáutica civil possa usufruir daquelas infraestruturas".

Roberto Monteiro alertou ainda para a possibilidade de a utilização das infraestruturas da base das Lajes estar a ser "acordada e coordenada" entre as estruturas militares de Portugal e dos EUA, num "plano de negociação paralelo", alegando que este assunto não foi abordado na reunião da Comissão Bilateral Permanente, em fevereiro.

"O município da Praia da Vitória refuta integralmente a estratégia ardilosa que está a ser montada à margem de todo este processo bilateral", sublinhou, garantindo que a autarquia vai "ao limite" na denúncia desta situação e na "pressão" junto da opinião pública.

Perante uma alegada "conivência" do Estado português, Roberto Monteiro desafiou o Chefe de Estado-Maior da Força Aérea portuguesa a "publicamente esclarecer estes pontos e estas matérias" e explicar por que é que está a ser dada a oportunidade aos EUA de escolherem as infraestruturas que querem continuar a utilizar.

Quanto aos edifícios que os Estados Unidos pretendem libertar, que poderão ser entregues ao Estado português ou demolidos, o autarca alertou para as suas condições físicas, alegando que "não cumprem as regras mínimas de utilização quer ao nível de eficiência energética, quer ao nível dos materiais utilizados, quer ao nível das instalações que estão feitas".

"Sai mais caro readaptar os edifícios para utilizações civis do que eventualmente proceder a outras construções ou à aquisição de outros edifícios que estão no mercado", frisou.

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