Autor: Lusa/AO Online
Roberto Monteiro (PS), recebido na quarta-feira e hoje pelos partidos com assento parlamentar, foi da ilha Terceira, Açores, a Lisboa pedir o apoio dos grupos parlamentares para a aplicação de um plano de mitigação, de curto prazo, durante os próximos três meses, antes do período pré-eleitoral.
“O impacto económico e social já começou há dois anos e estamos apenas na reta final deste processo. O concelho atravessa uma das maiores crises económicas e sociais da sua história, tem uma redução do PIB [Produto Interno Bruto] na ordem dos 30% e com 2.000 postos de trabalho destruídos numa população ativa de 10.000 pessoas, ou seja, 20% de desemprego da população ativa exclusivamente devido a este impacto”, disse o autarca aos jornalistas, na Assembleia da República.
A negociação com os Estados Unidos da América (EUA) de condições aduaneiras especiais para todos os produtos açorianos que sejam para exportar para o mercado norte-americano ou a alteração da tipologia do aeroporto, para passar a ser comercial com utilização militar e não o inverso, potenciando o aparecimento de novos negócios ligados ao ‘cluster’ aéreo, são duas das medidas apresentadas.
Roberto Monteiro defendeu a deslocalização de investimentos definidos pela União Europeia, os quais devem ter o apoio complementar do Governo da República, uma concretização num curto espaço de tempo e a criação mínima de 50 postos de trabalho.
O autarca apelou ainda à criação e a infraestruturação de uma nova zona empresarial circundante ao porto marítimo, com o objetivo de atrair mais investimentos, nomeadamente de empresários lusodescendentes.
“O município tem estes contactos feitos, há uma predisposição na perspetiva de haver investimentos feitos na ilha para ajudar a sair desta crise. Contudo, há condições de base ao nível da disponibilização de espaços que são exigíveis e que têm de ser disponibilizados”, salientou Roberto Monteiro.
O presidente da Câmara da Praia da Vitória disse que foi hoje informado de que o seu pedido para participar numa reunião bilateral entre responsáveis portugueses e norte-americanos, a realizar na próxima semana, foi rejeitado.
Roberto Monteiro diz-se “perplexo” com a decisão e desagradado com as justificações.
“Acho extremamente ofensivo considerar que um autarca não é considerado um alto responsável merecedor de pertencer à delegação portuguesa num processo bilateral, que só existe fundamentalmente devido à existência daquela infraestrutura, que neste momento está a ser alvo de uma redução significativa”, lamentou o autarca.
Os EUA anunciaram uma redução gradual dos trabalhadores portugueses da base das Lajes de 900 para 400 pessoas até ao outono, mas também os civis e militares norte-americanos descem de 650 para 165.