Açoriano Oriental
Associações ameaçam parar campeonatos
A Comissão Delegada das Associações Distritais e Regionais de Futebol ameaçou  parar os campeonatos e entregar ao secretário de Estado do Desporto os seus votos na Assembleia Geral da FPF se o novo regime jurídico das federações avançar

Autor: Lusa/AO
A Comissão Delegada das Associações Distritais e Regionais de Futebol ameaçou  parar os campeonatos e entregar ao secretário de Estado do Desporto os seus votos na Assembleia Geral da FPF se o novo regime jurídico das federações avançar.
Em Leiria, a comissão reuniu de urgência para analisar o projecto do novo Regime Jurídico das Federações Desportivas e, no final, o presidente da Associação de Futebol de Leiria, Júlio Vieira, prometeu que as associações vão "lutar até às últimas consequências" para travar o que consideram ser "um atentado nunca visto ao movimento associativo".
"O documento merece-nos uma apreciação muito negativa. Não entendemos como é que as instituições que fundaram as federações em Portugal de repente passem a ser minoritárias em relação ao que se passa nas assembleias gerais", criticou Júlio Vieira.
O dirigente admitiu que a reacção das associações pode passar "por parar os campeonatos" ou "entregar os 35 por cento dos votos ao secretário de Estado da Juventude e Desporto" e passar a ser Laurentino Dias "a representar as associações" nas reuniões magnas da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
A Comissão defende que o novo regime jurídico "está a dar, de forma encapotada, a maioria qualificada na assembleia da federação ao futebol profissional e à parte que dele directamente depende".
Segundo Júlio Vieira, "se se somar o número de votos da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Liga de Futebol Não-Profissional, Sindicato dos Jogadores, APAF (Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol) e a ANTF (Associação Nacional de Treinador de Futebol), ficam com uma maioria qualificada de 55 por cento dos votos".
O representante da comissão foi mais longe, afirmando não saber "até que ponto este bloco que se está a querer criar de forma legislativa não visa dar guarida a alguns políticos da nossa praça". 
"Se calhar ele (Laurentino Dias) até é um deles! Se calhar há aqui um acordo para tornar fácil a eleição de pessoas para cargos importantes na Federação Portuguesa de Futebol" questionou o responsável associativo.
Além da distribuição dos votos na Assembleia Geral, a comissão critica ainda "o sistema presidencialista, em que é o presidente que nomeia os cargos", a limitação de dois mandatos e a composição do Conselho de Arbitragem.
Em Leiria, o movimento de associações lamentou a posição "comedida e fraquinha" da FPF sobre o documento em discussão.
"A gravidade do que está em causa implica por parte da federação - e de todas as federações - uma posição enérgica. Espero que percebam o que está em cima da mesa e que nos acompanhem nesta luta que é de todos, na defesa do futebol em Portugal", instou Júlio Vieira.
Uma das decisões da reunião foi a de realizar a 05 de Janeiro, em Lisboa, um plenário com as 22 associações distritais de futebol, "para decidir o caminho que a trilhar" e, mais tarde, o objectivo é marcar um outro plenário, com todas as associações de modalidade.
"Este problema não atinge só o futebol. Porque este retirar de poder ao movimento associativo é comprometedor do futuro e é um atentado como nunca foi visto em relação ao movimento associativo", concluiu o presidente da Associação de Futebol de Leiria.
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