Açoriano Oriental
Associação dos transitários estima crescimento do setor em 2017 pela 1ª vez em três anos

O presidente da direção da Associação dos Transitários de Portugal (APAT), Paulo Paiva, manifestou-se hoje confiante de que o setor vai este ano crescer, depois de três anos de estagnação, acompanhando a evolução das exportações.

Associação dos transitários estima crescimento do setor em 2017 pela 1ª vez em três anos

Autor: Lusa/AO online

“Tem sido um ano de crescimento das exportações e uma larga franja dos associados lidam diretamente com os exportadores nacionais, portanto, em termos de volume de negócios, apesar de ainda estar o ano a decorrer, antevemos que seja um ano francamente positivo”, disse o responsável em declarações à agência Lusa, a propósito da realização do XVI congresso do setor, que decorre na sexta-feira e no sábado em Lisboa.

A APAT tem atualmente 256 associados, essencialmente Pequenas e Médias Empresas (PME), que representaram em 2016 um volume de faturação de 1.672 milhões de euros, em 2015 de 1.675 milhões de euros e em 2014 de 1.798 milhões de euros.

“Estamos em crer que, em 2017, haja um acompanhamento do crescimento das exportações, que estão a subir 11,5%, e que, depois dos últimos três anos estagnação dos associados, este ano sejam retomados os valores de 2014”, disse.

Segundo o responsável, esta evolução resulta do “acumular de vários fatores”.

“Por um lado, o ambiente empresarial positivo, mas também um culminar do trabalho que é feito pelos clientes na procura de novos mercados, desde que a crise assim também os obrigou. Entrar num novo mercado não acontece de um dia para o outro. Nos próximos anos este crescimento vai continuar a acontecer, até porque o trabalho desenvolvido nos últimos três ou quatro anos vai começar a dar resultados também”, disse.

A ajudar o setor está também “a imagem positiva de Portugal nos últimos anos, a que o crescimento do turismo e da procura de Portugal e daquilo que ele produz não é alheio”, afirmou.

De acordo com Paulo Paiva, o setor está a ter crescimentos muito significativos em novos mercados do Oriente, que estão a compensar as perdas observadas nos clientes mais tradicionais de Portugal que eram Angola e o Brasil.

Ao nível do transporte rodoviário, o principal mercado continua a ser o europeu.

O congresso, que decorre na sexta-feira e no sábado, promete “reunir alguns dos maiores operadores em Portugal, assim como representantes das maiores empresas importadoras e exportadoras do país, e neste evento serão discutidos temas de especial interesse para a atividade transitária e logística”, alguns transversais a setores próximos ou complementares do transporte internacional de mercadorias e às atividades ligadas ao comércio internacional, bem como à inovação tecnológica nestas mesmas áreas.

“Vamos fazer um debate em torno da facilitação do comércio internacional em Portugal e uma abordagem ao futuro da atividade logística e à forma como as tendências tecnológicas, nomeadamente ao nível do ‘e-commerce’ [comércio eletrónico] nos influencia”, disse Paulo Paiva.

Também serão debatidas as estratégias assumidas para as infraestruturas ao nível dos portos, ferrovia, rodovia e aeroportos.

“Os nossos desafios continuam a ser conseguir sensibilizar o poder politico para a necessidade de uma resposta e investimento em infraestruturas que estejam à altura das expectativas e objetivos das exportações. Sem esta aposta concretizada, as exportações poderão continuar a crescer, mas depois não terão resposta”, disse.


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