Autor: Lusa/AO online
O tribunal de recurso de Rennes (oeste) aceitou as alegações do procurador e recusou um requerimento das famílias para a reabertura do caso do Bugaled Breizh e o prosseguimento das investigações.
A traineira afundou-se com os seus cinco tripulantes franceses a sudoeste da Inglaterra em 15 de janeiro de 2004, em circunstância que nunca foram esclarecidas.
Os familiares das vítimas continuam a insistir que o navio de pesca foi enviado para o fundo do Canal da Mancha por um submarino da NATO após terem sido detetados vestígios de titânio -- utilizado na estrutura dos submarinos -- nos cabos da embarcação.
No local onde o Bugaled Breizh se preparava para a faina decorriam em simultâneo exercícios internacionais com submarinos de várias nacionalidades. No entanto, o inquérito dos juízes de instrução, que recorreram com frequência ao segredo de Estado em matéria de Defesa naiconal, não validou esta tese.
Durante uma audiência no início de março, o procurador aceitou a existência "de duas hipóteses" que poderiam explicar o naufrágio, sendo "extremamente credíveis" um acidente no mar ou o embate com um submarino.
No entanto, considerou que era necessário "ter a coragem para dizer que não podemos prosseguir indefinidamente um inquérito quando não existe a mínima hipótese de provar o que quer que seja".
O arquivamento do caso não significa no entanto o seu encerramento definitivo. Interrogado pela agência noticiosa AFP, um dos advogados das famílias anunciou a intenção de recorrer ao Tribunal de Cassação, a mais alta instância judicial francesa, e ainda para o tribunal europeu dos direitos humanos.