Açoriano Oriental
Arquitetos do Sul avançam com concurso de ideias para espaços públicos
O responsável pela região sul da Ordem dos Arquitetos anunciou hoje, nos Açores, o lançamento de um concurso de ideias, visando a definição de estratégias para as zonas públicas mais problemáticas das cidades e zonas rurais.

Autor: Lusa/AO Online

“A Ordem dos Arquitetos, neste caso a seção regional Sul, está neste momento a estudar um programa, extensivo a toda a área de jurisdição da secção, abrangendo Açores e Madeira, que contempla alguns projetos ao nível do concurso de ideias e definição de estratégias para alguns temas e algumas zonas mais problemáticas das cidades, de zonas periféricas e mais rurais, até”, disse Rui Alexandre.

O presidente do Conselho Diretivo Regional Sul da Ordem dos Arquitetos, que falava aos jornalistas à margem do segundo seminário de arquitetura dos Açores, que decorre em Ponta Delgada, frisou que “se está, neste momento, com um serviço de concursos que vai começar a atuar de forma diferente”, havendo uma carta de princípios nova que irá “tentar desbloquear algumas situações de impasse” em algumas zonas das cidades, como é o caso de Lisboa.

“Nós vamos fazer este desafio às entidades, às autarquias para que nos acompanhem nesta reflexão sobre aquilo que poderá ser feito nas cidades”, declarou o responsável pela região sul da Ordem dos Arquitetos.

De acordo com Rui Alexandre, ainda se vivem “momentos difíceis”, mas surgem “alguns sinais” de que o cenário em Portugal está a melhorar, exemplificando com algumas programas que surgem na área da reabilitação do património.

“Os edifícios de raiz vão ser cada vez mais escassos e a encomenda pública também diminuiu significativamente. Portanto, os arquitetos terão de apostar muito mais, não só na reabilitação, como nas pequenas obras. Aquelas grandes obras que tínhamos desapareceram quase por completo”, afirmou.

Rui Alexandre considerou que o conforto para os arquitetos não advém de obras com maior dimensão financeira, podendo este ser encontrado no que considera soluções “bastante económicas”.

Referindo-se ao estado do património dos Açores, afirmou notar, desde há três anos, sinais de “degradação”, apesar de não serem “significativos”.

“Como é normal em tempos de crise, notamos que os edifícios estão mais abandonados, apresentando alguns sinais de degradação, e que os espaços comerciais estão fechados”, sublinhou.

O presidente do conselho diretivo regional Sul da Ordem dos Arquitetos defendeu, neste contexto, a necessidade de o Governo Regional, entidades privadas e proprietários dos edifícios “reagirem”, recorrendo aos arquitetos, adotando uma “estratégia de atuação”.

Na sessão de abertura do segundo seminário de arquitetura dos Açores, o diretor regional das Obras Públicas e Comunicações, Bruno Pacheco, lançou um desafio à imaginação dos arquitetos para “reinventarem” os espaços públicos com as suas ideias.

Bruno Pacheco considerou que os tempos atuais são “necessariamente difíceis”, salvaguardando que se deve “refletir de forma diferente” sobre os desafios de hoje para perspetivar o futuro.

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