Açoriano Oriental
Ananás vai ter este ano centro interpretativo nos Açores
O centro interpretativo do ananás, na ilha de São Miguel, nos Açores, vai ser inaugurado este ano, após vários contratempos, para dar a conhecer a história desta cultura tradicional iniciada no século XIX, foi hoje anunciado.
Ananás vai ter este ano centro interpretativo nos Açores

Autor: Lusa/AO Online

 

“Tudo indica que lá para junho teremos a obra, com tudo operacional para se poder trabalhar”, afirmou o presidente da Casa do Povo da Fajã de Baixo, José Dinis Carvalho, em declarações à agência Lusa.

O centro interpretativo do ananás, um projeto conjunto da Casa do Povo da Fajã de Baixo e da Part´Ilha - Associação de Cultura e Desenvolvimento Local, está há vários anos para ser concluído, mas a obra de remodelação de uma antiga escola primária no centro da freguesia urbana do concelho de Ponta Delgada tem passado por vários constrangimentos, como a falência do primeiro construtor a quem foi adjudicada a obra.

Em novembro de 2015, o secretário regional da Agricultura e Ambiente, Luís Neto Viveiros, garantiu na Assembleia Legislativa Regional dos Açores que durante 2016 seriam concluídas e inauguradas as obras do centro interpretativo do ananás, em São Miguel, e a casa dos fósseis, em Santa Maria, “cessado que foi o contrato com o anterior empreiteiro por manifesta incapacidade de acabar a obra”.

A obra “principiou com muita força, mas depois parou. Esteve quase dois anos parada. (…) Arrancou novamente no princípio de 2015, depois de aberto novo concurso”, disse José Dinis Carvalho, confiante que “desta vez é que o centro será inaugurado”.

Em agosto de 2007, o presidente da associação Part’ Ilha, João Carlos Macedo, anunciara que este centro interpretativo ia permitir criar um “pólo de interesse”, atraindo turistas ao centro da freguesia, antes de visitarem as estufas de vidro, onde são produzidos os ananases.

“A cultura do ananás nos Açores existe há cerca de 140 anos”, salientou João Carlos Macedo, acrescentando que o centro pretende contextualizar e explicar aos visitantes a produção do denominado ‘fruto rei’, através de fotos e alguns objetos utilizados no cultivo.

Também o presidente da Casa do Povo da Fajã de Baixo considerou que a entrada em funcionamento da nova infraestrutura irá permitir atrair mais pessoas ao centro da freguesia, que neste momento “tem cada vez menos estufas em funcionamento”.

Segundo José Dinis Carvalho, a Fajã de Baixo, atualmente, “tem praticamente apenas as estufas do Dr. Augusto Arruda para visitas, todas as outras foram desaparecendo com o passar do tempo devido à pressão imobiliária”.

A nova valência vai dispor de salas para exposições permanentes e temporárias, biblioteca/centro de documentação e uma loja, para venda de produtos resultantes ou ligados ao ananás.

Como forma de preservar e divulgar esta cultura tradicional, cuja produção anual é cada vez menor, foi criada em 2009 a Confraria do Ananás.

O designado ‘fruto rei’ foi introduzido nos Açores na primeira metade do século XIX e, embora tenha servido como planta ornamental num primeiro momento, cedo passou a ser explorado comercialmente, por volta de 1864.

 

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