Açoriano Oriental
AMI cria dois fundos para ajudar estudantes e custear rendas e faturas em atraso
A Assistência Médica Internacional vai criar, este ano, dois fundos de apoio social para ajudar estudantes carenciados no pagamento de propinas e para custear rendas e faturas em atraso, revelou à Lusa o presidente da Fundação AMI.

Autor: Lusa/AO Online

 

“A título excecional a AMI vai abrir este ano dois fundos”, no valor de 20 mil euros cada um, para dar resposta aos pedidos recorrentes de ajuda feitos por estudantes e famílias em “situação de rutura total” a quem é difícil de dizer não, explicou Fernando Nobre.

“É triste percebermos que há jovens que tiveram que interromper os seus estudos superiores por falta de pagamento, pese embora o esforço que algumas universidades e politécnicos fizeram”, sublinhou.

Por outro lado, há famílias em situação de extrema carência sem possibilidades para pagar as despesas da água, da luz, do gás e a renda de casa.

Só no ano passado 6.200 famílias e 680 particulares recorreram à Assistência Médica Internacional por endividamento na habitação.

A AMI tem vindo a responder de forma muito pontual aos casos mais graves, mas considerou que devia dar uma “atenção especial” a estes dois tipos de solicitações.

“Estes apoios agora vão ser mais oficializados com estes dois fundos, que vão ser disponibilizados para ajudar” as famílias a manter “alguma comodidade na habitação” e os estudantes universitários a prosseguirem os estudos, disse Fernando Nobre.

Segundo dados da Fundação AMI, a organização apoiou, em 2014, 31.500 pessoas, das quais 3.900 pela primeira vez.

Depois de um aumento de 130 por cento, entre 2008 e 2013, no número de pessoas apoiadas, os números começaram a estabilizar de 2013 para 2014, segundo Fernando Nobre.

Em 2013, a AMI apoiou, diretamente ou indiretamente, 35.791 pessoas, sendo o registo mais elevado dos 20 anos de intervenção da AMI em Portugal.

Como um dos motivos para a situação começar a estabilizar no ano passado, Fernando Nobre apontou as cantinas sociais criadas pelo Governo, que servem perto de 50 mil refeições diárias.

“Ainda não sabemos como vai ser em 2015, mas é um ano em que ainda é necessário ter as cantinas sociais abertas” e as instituições continuarem a manter o esforço que têm feito para que, “a pouco e pouco a situação social do país venha a ter um desafogo”, frisou.

A AMI teve que “consagrar três anos pondo a tónica na emergência nacional” e, apesar de Portugal estar a viver “uma situação que a pouco a pouco se vai distendendo”, esta ainda se mantém de “grande pressão social”.

“Pese embora o nível de desemprego ter vindo a baixar paulatinamente e os indicadores macroeconómicos terem vindo a melhorar o facto é que ainda não teve impacto real na microeconomia, na bolsa das pessoas”, sustentou o presidente da AMI.

Para Fernando Nobre, “a situação social ainda é deveras preocupante, porque um país que aponta vir a ter este ano um desemprego global na ordem dos 12,8% é um motivo de preocupação.

Fernando Nobre adiantou que a maior parte (57%) do orçamento global da AMI, 8,5 milhões de euros, de 2014, foi gasto nos objetivos sociais da AMI em Portugal, perto de 30% na área internacional e 13% na gestão administrativa já que a AMI tem 230 colaboradores permanentes.

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