Autor: Lusa/AO Online
O grande favorito à sucessão de Koehler é o democrata cristão Christian Wulff, atual governador da Baixa Saxónia, e escolha pessoal da chanceler Angela Merkel.
O Chefe de Estado é eleito indiretamente na assembleia federal, colégio que só se reúne para o efeito e é formado pelos 622 deputados ao parlamento federal e igual número de cidadãos delegados pelos 16 parlamentos regionais.
Democratas cristãos (CDU/CSU) e Liberais (FDP), os apoiantes de Wulff, 51 anos, têm a maioria absoluta na referida assembleia, com 644 delegados, e deverão eleger o candidato conservador à primeira volta.
A oposição social democrata (SPD) e ambientalista (Os Verdes) avançou com a candidatura do teólogo Joachim Gauck, ativista dos direitos cívicos na extinta Alemanha de Leste, esperando que o prestígio deste independente consiga atrair votos do campo conservador e liberal.
O próprio Gauck, 70 anos, afirma-se conservador, liberal e de esquerda, mas já admitiu que tem poucas hipóteses de granjear os votos necessários no centro direita para ser o décimo chefe de Estado alemão.
Os ex-Chefes de Estado democratas cristãos Richard von Weizsaecker e Roman Herzog, que apoiam Gauck, e outras personalidades conservadoras, propuseram que se dê liberdade de voto aos delegados na assembleia federal, mas a CDU/CSU e os Liberais discordaram, alegando que a votação é secreta e livre.
Os neocomunistas do Die Linke (A Esquerda) negaram o apoio a Gauck, acusando-o de defender posições conservadoras, e avançaram com a candidatura da jornalista Lukrezia Jochimsen, 74 anos.
O cantor Frank Rennike é o candidato do partido de extrema direita NPD, que tem três delegados na assembleia federal.
Na Alemanha, o Presidente da República tem funções sobretudo representativas, e só pode nomear ministros e juízes do supremo tribunal ou dissolver o parlamento e marcar novas eleições mediante proposta do chanceler federal.
Compete-lhe também, no entanto, promulgar as leis da República, ocasião em que pode exercer direito de veto.