Açoriano Oriental
Agricultores querem reforço de investimento de 11% no setor em 2015
O presidente da Federação Agrícola dos Açores (FAA) defendeu hoje um reforço de investimento no setor agrícola de 11%, ao abrigo do Plano Anual de 2015, mas com base na componente financeira regional.
Agricultores querem reforço de investimento de 11% no setor em 2015

Autor: Lusa/AO Online

Jorge Rita, que integra esta medida no parecer sobre a anteproposta do Plano Anual de 2015, a que a agência Lusa teve acesso, aponta que se assiste a um aumento de 3% para o setor agrícola no montante financeiro proposto.

“A sua origem deve ser proveniente da componente regional porque, só desta forma, é que a economia dos Açores poderá enfrentar condignamente e com sucesso os grandes e difíceis desafios que ocorrerão no próximo ano”, refere o dirigente agrícola.

O líder dos agricultores da região quer que o setor seja “premiado” na anteproposta do Plano Anual de 2015 e não ser alvo de “decréscimos”, como diz ir acontecer no próximo ano, à semelhança dos últimos anos.

Jorge Rita especifica que o setor vai ver reduzidas as verbas de 46,6 milhões de euros em 2014 para 45,4 milhões.

“Esta tendência que tem sido seguida gera intranquilidade e incerteza no setor agrícola, porque os compromissos do Governo Regional perante os agricultores e as instituições do setor, por vezes, não são cumpridos na íntegra”, refere o dirigente agrícola.

O presidente da FAA frisa que “se não fosse o setor agrícola, a economia dos Açores não teria ultrapassado um período muito difícil”, uma vez que o investimento dos agricultores, “superior” à despesa pública regional do Prorural, gera um “conjunto de efeitos” que permite o benefício de toda a sociedade.

Jorge Rita, que salvaguarda que as principais diretrizes da Política Agrícola Comum (PAC) “não satisfazem”, defende que a componente regional deve compensar as “debilidades” dos quadros comunitários de apoio, bem como funcionar como “estímulo e incentivo” ao investimento no setor agrícola.

O dirigente da FAA reconhece que existem, contudo, algumas rubricas que crescem na anteproposta de Plano Anual de 2015, como é o caso das infraestruturas de ordenamento agrário, rurais, florestais e de abate necessárias à “reformulação” de alguns matadouros, a par do reforço do melhoramento e sanidade animal.

O líder dos agricultores açorianos preconiza que os planos regionais devem “prever as dificuldades e as exigências” como é o caso da abolição das quotas leiteiras, através da alocação de verbas, uma vez que a UE não prevê “medidas adicionais”.

“Esta necessidade vem de encontro ao estudo que o Governo Regional adjudicou à empresa Fundo de Maneio, onde estão bem expressas as principais preocupações da fileira do leite na região sobre a abolição das quotas leiteiras”, declara Jorge Rita.

O dirigente agrícola concretiza que, devido às consequências do embargo da Rússia a determinados produtos agrícolas europeus, se têm registado “algumas baixas” nos mercados dos produtos lácteos, com as indústrias regionais a tenderem a “aproveitar estas situações” para baixarem o preço pago ao produtor, levando à “óbvia quebra de rendimento”.

O presidente da FAA preconiza, para a fileira da carne, investimentos “capazes de aumentar a competitividade” da mesma.

Na área da diversificação agrícola, Jorge Rita defende que a região deve aumentar a produção regional duma “forma sustentada”, visando a redução das importações.

Jorge Rita acentua a necessidade de aumentar a comparticipação regional dos fundos comunitários, as infraestruturas agrícolas ou os transportes entre ilhas e para o exterior.

 

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