Açoriano Oriental
Agricultores contestam em Bruxelas fim das quotas de produção de leite
Cerca de 200 agricultores manifestaram-se esta terça-feira, em Bruxelas, frente à sede do Parlamento Europeu contra o fim do regime que durante 30 anos impôs limites à produção de leite na União Europeia (UE).
Agricultores contestam em Bruxelas fim das quotas de produção de leite

Autor: Lusa/AO Online

 

O protesto, organizado pelas associações Plataforma Europeia para o Leite (European Milk Board, EMB) e Grupo de interesse doas produtores de leite (IMG), decorreu no último dia em que vigoram as quotas de produção de leite.

A plataforma EMB reivindica a aplicação do que chama um “programa de responsabilização face ao mercado”, a ativar em caso de crise e que promova um comportamento adequado ao mercado por parte dos produtores do setor.

Para a EMB, os produtores que reduzam as suas entregas em caso de excedentes devem ser premiados, enquanto os que, no caso de saturação do mercado continuem a produzir, devem assumir a responsabilidade e pagar uma penalização.

“Hoje é o último dia da regulação no setor dos laticínios e a partir de amanhã [quarta-feira] são as multinacionais que passam a controlar a produção na Europa”, disse aos jornalistas Erwin Schopges, porta-voz da EMB.

Schopges contestou ainda o preço de intervenção fixado pela União Europeia, no valor de 0,21€, que consideram muito baixo.

O regime de quotas leiteiras na Europa termina hoje, depois de trinta anos em vigor, colocando novos desafios ao setor e, no caso português, aos Açores, onde é produzido mais de 30% do leite nacional.

O comissário europeu da Agricultura garantiu à Lusa, no domingo passado, que vai estar “altamente vigilante” para, se necessário, ajudar o setor.

Phil Hogan sublinhou que a “extrema volatilidade dos preços" está "limitada pela Organização do Mercado Comum (OMC)” e que Bruxelas tem a possibilidade de intervir no mercado em “circunstâncias excecionais”, como fez em 2014, na sequência do embargo russo aos produtos lácteos europeus.

Em 2003 foi fixada a data para o final do regime – confirmada em 2008 - para possibilitar uma adaptação pelos produtores à liberalização da produção.

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