Autor: Lusa/AO online
A assembleia-geral realizada hoje de manhã no Funchal (Madeira) elegeu os órgãos sociais para os próximos três anos, até 2017, com destaque para o Conselho de Administração, que continuará a ser liderado pelo antigo ministro Luís Amado, como presidente, e Jorge Tomé, como vice-presidente e presidente da Comissão Executiva.
Nos vogais é que se registaram algumas mudanças, com vários administradores a cessarem funções e com a entrada de Fernando Almeida, Carlos Firme, Jorge Nunes e Nuno Martins. Os últimos três, juntamente com João Sousa, integram a Comissão Executiva liderada por Jorge Tomé.
É ainda de referir que continuam a pertencer ao Conselho de Administração Issuf Ahmad e Miguel Barbosa, em representação do Estado português, uma vez que a posição estatal no banco ainda ascende a 60,53%.
O Conselho de Administração passa ainda a contar com Elsa Ramalho e Teresa Duarte, que integram igualmente a Comissão de Auditoria, em substituição de António da Silva e Tomás Vasconcellos.
Os acionistas decidiram também hoje que no próximo mandato o banco não contará com um Conselho Estratégico, sem avançar o comunicado do Banif justificação para essa decisão.
"Na medida em que se trata de um órgão consultivo e de existência facultativa não foi nomeado um Conselho Estratégico para o exercício de 2015", lê-se apenas na nota enviada ao regulador do mercado de capitais.
No último mandato, o Conselho estratégico era presidido por Maria Teresa Roque, a filha do fundador do Banif, Horácio Roque, enquanto a outra filha, Paula Cristina Roque, era uma dos vogais.
Por outro lado, foi aprovada uma Comissão de Remunerações, constituída por Miguel Sousa (presidente), Filipe Marques e Miguel Barbosa, e para a Mesa da assembleia-geral foram eleitos Guilherme Silva e José Prada, que sucedem nos cargos a Miguel Sousa e Bruno Jesus.
Quanto aos desafios que se colocam ao Banif no futuro, em declarações aos jornalistas após a reunião, hoje no Funchal, Jorge Tomé disse que quer "acelerar a reestruturação do banco", pretendendo que "até o final deste ano" esse plano seja aprovado junto da Direção-Geral de Concorrência da Comissão Europeia.
"A segunda missão é encontrar um acionista de referência para o Banif, de forma a substituir o Estado", sublinhou, admitindo que já existem "contactos há meses" com interessados na compra dessa posição e que "esse trabalho vai ter continuidade" e mesmo "acelerar".
Além do Estado, os principais acionistas do Banif são a designada Herança Indivisa de Horácio Roque, o falecido líder do banco, com 6,3%, e o grupo Auto-Industrial, com 1,8%.