Açoriano Oriental
Abraço quer abrir delegação nos Açores devido a número de casos de VIH na região

O presidente da Associação Abraço, Gonçalo Lobo, disse esta terça-feira à agência Lusa que a abertura de uma delegação nos Açores está dependente "da vontade política", admitindo que já foram feitos contactos com o Governo Regional.

Abraço quer abrir delegação nos Açores devido a número de casos de VIH na região

Autor: Lusa/AO online

"Para nós era importante termos uma delegação na Região Autónoma dos Açores, agora isto vai depender, como é obvio, da vontade política e da necessidade de intervenção neste âmbito porque nós conseguimos garantir um conjunto de serviços para a Região Autónoma dos Açores. Mas tem de haver vontade política para que nós estejamos presentes na região e que também seja facilitado o nosso trabalho em termos de parceria e de articulação", sublinhou Gonçalo Lobo.

Segundo o presidente da Abraço, já foram feitos contactos com a Secretaria Regional da Saúde dos Açores, sendo que a associação está também "em constante articulação" com a diretora regional de Prevenção e Combate às Dependências, estando previsto até ao final deste mês uma reunião de onde poderão sair "recomendações e iniciativas" entre o Governo Regional dos Açores e o Governo da República.

"Apresentámos uma proposta ao Governo Regional onde identificámos a promoção de duas estruturas para a realização de rastreio e ligação aos cuidados de saúde, tanto na ilha de São Miguel como na ilha Terceira, e aguardamos neste momento o aval por parte da Região Autónoma dos Açores", disse.

Para Gonçalo Lobo, os "383 casos de infeção por VIH" e uma incidência de 5,3% por cada 100 mil habitantes, superior em 2% à Região Autónoma da Madeira, justificam a abertura de uma delegação da Abraço nos Açores, depois de Lisboa, Setúbal, Funchal e Porto.

"É preciso olhar para estes dados, é preciso perceber qual o tipo de população que está neste momento a infetar na Região Autónoma dos Açores e perceber como é que podemos atuar junto desta população para estancar a propagação de infeção por HIV", admitiu.

O presidente da Abraço defende ainda a importância de saber o perfil da população responsável pela "infeção" da doença nos Açores para que se possa "criar respostas de saúde", estando para já identificadas "duas situações" que causam preocupação.

A Associação Abraço pretende lançar em todo o país, até ao final do mês, o projeto "teste em casa" para detetar a infeção de VIH/SIDA garantindo total "confidencialidade e anonimato" a pensar também na "realidade açoriana".

"Foi precisamente a pensar nas pessoas que não vivem nos grandes centros urbanos, que têm uma escassez de recursos de saúde bem como por serem meios pequenos, que efetivamente todas as pessoas se conhecem e conhecem os profissionais de saúde e que os constringe a nível pessoal de realizarem depois estes rastreios", disse.


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