Açoriano Oriental
Montenegro quer “aprofundar relações comerciais” entre Portugal e Angola

O primeiro-ministro afirmou que pretende manter a cooperação bilateral entre Portugal e Angola e “aprofundar as relações comerciais”, salientando que há muitas empresas portuguesas a atuarem em “áreas estratégicas” para Luanda.

Montenegro quer “aprofundar relações comerciais” entre Portugal e Angola

Autor: Lusa/AO Online

Em declarações aos jornalistas após um encontro com o Presidente de Angola, João Lourenço, na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, Luís Montenegro garantiu que a cooperação entre os dois países e povos “vai manter-se”.

“Tive ocasião de dar ao senhor Presidente de Angola uma panorâmica das nossas intenções, do Governo de Portugal, de manter este percurso de relação próxima entre os nossos governos em muitas áreas: da cultura à educação, às relações económicas, que temos todo o interesse em aprofundar”, salientou.

O chefe do executivo português disse que é intenção dos dois países realizar em Lisboa, nos próximos meses, uma reunião da Comissão Mista Intergovernamental Portugal-Angola, para “dar sequência ao programa estratégico de cooperação” e “aprofundar as relações comerciais” entre os dois países, garantindo “mais intensidade nas atividades” das empresas angolanas e portuguesas.

“Nós hoje temos muitas empresas portuguesas a atuarem em áreas prioritárias, estratégicas em Angola: no setor agroalimentar, têxtil, farmacêutico, turístico, na construção, nas energias renováveis, em áreas tecnológicas, e temos muito interesse em continuar a trilhar esse caminho comum”, indicou.

Montenegro disse que o Governo tem “todo o interesse” em consolidar essas posições “num quadro não só bilateral, mas também multilateral”.

“Desse ponto de vista, terei ocasião de continuar com o senhor Presidente João Lourenço a interagir, cooperando com Angola no quadro da relação de Angola com a União Europeia, no quadro da CPLP, das Nações Unidas e do G20, já que ambos fomos convidados pelo Brasil para poder, neste ano, precisamente participar nos trabalhos do G20”, frisou.

O primeiro-ministro agradeceu a João Lourenço por ter visitado Portugal, destacando “o simbolismo e significado da sua presença por altura da celebração dos 50 anos do 25 de Abril” e a “magnífica intervenção que proferiu” na quinta-feira, na sessão comemorativa do 50.º aniversário da Revolução, no Centro Cultural de Belém (CCB).

Nesse discurso, o Presidente de Angola que o desafio que a ex-colónias têm atualmente é o “da consolidação da democracia, da diversificação e fortalecimento” das suas economias e saudou os “fraternais laços de amizade” entre Portugal e os países africanos de língua oficial portuguesa.

Com João Lourenço a seu lado, Montenegro destacou que, nesse discurso, o chefe de Estado angolano testemunhou “da relação histórica, cultural, extremamente profunda que une o povo angolano e o povo português, que une também o Governo de Portugal e a Presidência da República de Angola”.

“As palavras que nos dirigiu vão seguramente marcar a nossa relação de cooperação, que tem já muitas realizações, mas vai também traduzir-se nos próximos anos em mais bem-estar para o povo angolano e para o povo português”, disse.

Salientando que a presença de João Lourenço “teve um grande significado que vai continuar a revelar-se nos próximos meses” e em 2025, “quando se celebrarem os 50 anos da independência de Angola”, Montenegro manifestou-lhe gratidão “pela sua disponibilidade, pelo trabalho, pela cooperação, pela amizade”.

“É a pensar no futuro, no bem-estar dos angolanos e dos portugueses que o recebemos hoje, que o acolhemos, na esperança de que as nossas relações, quanto mais fortes estiverem, mais produtivas vão ser para a qualidade de vida dos nossos povos”, disse.

Este ano, os chefes de Estado de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP), e de Timor-Leste participaram em Lisboa numa sessão evocativa do 25 de Abril.


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